domingo, 4 de dezembro de 2011

A LÍNGUA

O PODER DA MORTE


Um casal muito simpático, com seus três lindos filhos, estudava em um seminário preparando-se para servir a Deus no ministério. Todos que os viam juntos concordavam que formavam um belo casal e, além do mais, eram muito talentosos, com personalidades carismáticas.

A esposa amava tanto o seu marido que repetidas vezes ouviram-na dizer a seguinte frase: "Se for para perder meu marido para outra mulher, prefiro morrer antes".

Os anos passaram, e já estavam exercendo um ministério pastoral, em determinada cidade. Infelizmente o marido começou a perder sua intimidade com Deus e estava se tornando frio espiritualmente. Com esse clima, ele se abriu à tentação e começou um caso com outra mulher.

A sua traição à esposa foi descoberta, mas antes que ele tomasse a decisão se terminaria o casamento ou não, foi diagnosticado nela um tumor no cérebro, e a previsão dos médicos foi que teria pouco tempo de vida. Dito e feito! As palavras que tinha pronunciado tantas vezes tornaram-se realidade na sua vida.

Literalmente ela não perdeu o marido para a outra mulher, pois morreu antes disso acontecer, exatamente do jeito que sempre tinha falado que desejaria que acontecesse. Ela descobriu, da forma errada, o tremendo poder que nossas palavras contêm. E o triste fato é que, quando pronunciava tais palavras de morte sobre si mesma, pensava que estava fazendo uma mera exclamação de apego ou afeto, sem efeitos reais.

Milhões de pessoas ao redor do mundo cometem o mesmo erro todos os dias. Algumas vezes, a ponto de trazer a sua própria morte, como nessa história, enquanto em outras, trazem calamidade e desgraça, porém em um grau menor. Elas desconhecem o extraordinário poder que está nas suas próprias línguas e a força sobrenatural que liberamos pelas nossas palavras!

Eu passei grande parte da minha vida sem descobrir essa verdade. Recém-ingressado no ministério, e ainda bastante jovem, comecei a fazer muitas viagens para lugares perigosos. Um dia, após o retorno da minha última viagem, encontrei meu pai, pastor desde antes do meu nascimento, e lhe disse: "Acho que vou morrer numa rajada de balas de metralhadora, em uma das minhas viagens". Eu já tinha feito essa mesma declaração a outras pessoas, pois angariava uma reação emocional que fazia com que eu me sentisse mais valorizado.

Na minha inocência e ignorância desse princípio bíblico, estava abrindo a porta no mundo sobrenatural para que o inimigo me matasse exatamente assim. Tenho certeza absoluta que minha vida foi salva pela reação do meu pai. Ele me disse: "Filho, Deus lhe revelou isso ou você está falando da boca para fora? Se forem palavras meramente displicentes, então precisa quebrá-las, antes que abra uma porta para que se tornem realidade".

Ainda não entendia bem esse princípio, mas aceitei a sua advertência, e logo quebrei o poder das minhas palavras - graças a Deus a tempo - antes que viessem a se cumprir. Eu disse: "Quebro o poder das minhas palavras sobre minha morte por uma rajada de balas de metralhadora. Vou viver até Jesus voltar, ou até a velhice, cumprindo o ministério que Deus me chamou a fazer, em nome de Jesus".

Tenho certeza que estou vivo hoje e produzindo fruto no Reino de Deus por ter quebrado o poder das minhas palavras de morte sobre mim mesmo. Já estive diversas vezes, nas minhas viagens, na frente da mira de metralhadoras, e tive livramentos sobrenaturais nessas horas, pois fechei a brecha que um dia tinha aberto contra mim mesmo com aquelas palavras mortíferas.

FONTE;Gary Haynes
 
EU  natan acredito.

CULTURA CRISTÃ

2. O CRISTIANISMO EM ROMA




Os termos em que Paulo se dirige aos cristãos de Roma esclarecem que a igreja daquela cidade não era de organização tão recente. Mas quando tentamos determinar alguma coisa sobre a origem e a história dos primeiros períodos do cristianismo romano, encontramos bem poucos dados evidentes em que apoiar-nos. Temos de reconstruir a situação na medida do possível, baseados em várias referências literárias e ar¬queológicas.

Conforme Atos 2:10, a multidão de peregrinos presentes em Jeru¬salém para a festa de Pentecoste do ano 30 A. D., e que ouviu Pedro pregar o Evangelho, incluía "visitantes procedentes de Roma, tanto judeus como prosélitos" (RSV). Não temos informação sobre se alguns deles estavam entre os três mil que creram na mensagem de Pedro e foram batizados. Talvez seja significativo que aqueles visitantes romanos são o único grupo europeu a receber menção expressa entre os pere¬grinos.

Em todo caso, todos os caminhos levavam a Roma e, uma vez que o cristianismo estava firmemente estabelecido na Palestina e nos territórios circunvizinhos, era inevitável que fosse levado para Roma. Dentro de um ano ou dois, se não — como pensa Foakes-Jackson — "no outono seguin¬te à crucifixão, é bem possível que Jesus já recebesse honra na comu¬nidade judaica de Roma como Aquele que esteve em Damasco".1 O "pai" da igreja latina, do século quarto, a quem chamamos Ambrosias-tro, diz, no prefácio do seu comentário desta epístola, que os romanos "tinham abraçado a fé em Cristo, embora de acordo com o rito judaico, sem ver nenhum sinal de obras poderosas e nenhum dos apóstolos". Evidentemente foram cristãos simples e comuns os primeiros a levar o Evangelho a Roma e a implantá-lo ali — provavelmente no seio da co¬munidade judaica da capital.

Já no segundo século a.C. existia uma comunidade judaica em Roma. Seu número cresceu consideravelmente em conseqüência da con¬quista da Judéia por Pompeu em 63 a.C, e seu "triunfo" em Roma dois anos mais tarde, quando muitos prisioneiros de guerra judeus coope¬raram com a sua marcha, e depois receberam a liberdade. Em 59 a.C, Cícero faz alusão ao tamanho e à influência da colônia judaica de Ro¬ma.2 No ano 19 A. D., os judeus de Roma foram expulsos da cidade por um decreto do imperador Tibério (ver p. 76), mas em poucos anos es¬tavam de volta em número maior do que nunca. Não muito depois disto, registra-se outra expulsão em massa dos judeus de Roma, essa vez pelo imperador Cláudio (41-54 A. D.). Essa expulsão é mencionada ligei¬ramente em Atos 18:2, onde se diz que Paulo, ao chegar a Corinto (provavelmente no fim do verão do ano 50 A. D.), "encontrou certo judeu chamado Áquila (...) recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retiras¬sem de Roma". A data do édito de expulsão é incerta, embora Orósio possa estar certo colocando-a no ano 49 A. D.3 Outras referências aparecem na literatura antiga, sendo a mais interessante uma nota que há na obra "Vida de Cláudio", XXV.2, informando que o imperador "ex¬pulsou de Roma os judeus porque estavam constantemente em rebelião, à instigação de Cresto (impulsore Chresto)". Dá para pensar que este Cresto era um agitador judeu em Roma naquele tempo. Entretanto, o modo como Suetônio introduz seu nome torna muito mais provável que a rebelião tenha sido uma seqüência da introdução do cristianismo na comunidade judaica da capital. Escrevendo cerca de setenta anos mais tarde, Suetônio pode ter conhecido algum registro contemporâneo da ordem de expulsão, registro que mencionava Cresto como o líder de uma das partes envolvidas, e inferiu que ele estava realmente em Roma naquela ocasião. Decerto sabia que Chrestus (uma variante da ortografia gentílica de Christus) era o iniciador dos cristãos, aos quais descreve em outras partes como "per¬niciosa e funesta classe de gente". Bem podia parecer-lhe uma inferência muito razoável que Cresto tivesse tomado parte ativa no incentivo àquelas rebeliões.

Parece que Áquila e Priscila já eram cristãos antes de encontrarem Paulo. Provavelmente eram membros do grupo original de crentes em Jesus residentes em Roma. Não sabemos onde ou quando eles ouviram o Evangelho pela primeira vez. Paulo jamais dá a idéia de que eram seus filhos na fé. Mas podemos estar certos de que o grupo original de crentes da cidade de Roma consistia inteiramente de judeus cristãos, e que a or¬dem de expulsão emitida por Cláudio acarretou a saída e a dispersão deles.

Contudo, os efeitos da ordem de expulsão duraram pouco. Não muito tempo depois, a comunidade judaica florescia uma vez mais em Roma, e o mesmo acontecia com a comunidade cristã. Menos de três anos depois da morte de Cláudio, Paulo pôde escrever aos cristãos de Roma e falar da fé que eles tinham como assunto que era do conhecimen¬to universal. Bem pode ser que o édito de expulsão tenha caducado com a morte de Cláudio (54 A. D.), se não antes. Mas em 57 A, D., os cristãos de Roma incluíam gentios bem como judeus, conquanto Paulo faça lem-brar aos cristãos gentílicos que a base da comunidade é judaica, e que não a devem desprezar ainda que venham a superá-la em número (11:18).

Na verdade, o lastro judaico do cristianismo romano não foi es¬quecido logo. Ainda no tempo de Hipólito (falecido em 235 A. D.), al¬guns traços das práticas religiosas cristãs em Roma proclamavam sua origem judaica — origem que deve ser procurada no judaísmo sectário ou dissidente, e não em suas correntes principais. ‘6’

Se as saudações que se acham em 16:3-16 se destinavam a Roma e não a Éfeso (ver pp. 215-224), então podemos achar nelas alguma in¬formação muito interessante a respeito dos membros da igreja romana em 57 A. D. Estes eram presumivelmente cristãos que Paulo tinha encon¬trado em outros lugares durante sua carreira apostólica e que nesse tem¬po residiam em Roma. Estavam incluídos entre eles alguns que eram dos primeiros cristãos da igreja primitiva, tais como Andrônico e Júnia (ou Júnias) que, como diz Paulo, "estavam em Cristo antes" dele próprio, e eram bem conhecidos nos círculos apostólicos, se é que não eram de fato reconhecidos como "apóstolos" (16:7). É razoável identificar o Rufo mencionado no versículo 13 com o filho de Simão Cireneu mencionado em Marcos 15:21. Paulo pode tê-lo conhecido, e à sua mãe, em Antioquia. Áquila e Priscila, que tinham sido compelidos a deixar Roma uns oito ou mais anos antes, estavam agora de novo na capital, e sua casa era um dos locais de reunião dos membros da igreja de lá (O fato de que a basílica — o estilo típico dos edifícios eclesiásticos primitivos — preserva o contorno de uma casa particular romana, lembra-nos que a casa-igreja era geralmente o lugar de reunião dos cristãos nos tempos primitivos.)

Com efeito, talvez o cristianismo já tivesse começado a exercer al¬gum impacto nas altas camadas da sociedade romana. Em 57 A. D., ano em que Paulo escreveu sua Epístola aos Romanos, Pompônia Graecina, mulher de Aulo Pláutio (que acrescentou a província da Bretanha ao Im¬pério Romano em 43 A. D.), foi julgada e absolvida por um tribunal doméstico, da acusação de haver abraçado uma "superstição estran¬geira", que podia ter sido o cristianismo. Mas aos olhos da maioria dos romanos que pouco sabiam do cristianismo, este era simplesmente outra enfadonha superstição oriental, a espécie de coisa que o satírico Juvenal tinha em mente sessenta anos mais tarde, quando se queixou do modo como os esgotos do Orontes se descarregavam no Tibre. (Visto que Antioquia, à margem do Orontes, era o lar do cristianismo gentílico, é provável que Juvenal considerasse o cristianismo gentílico como um dos elementos presentes naqueles esgotos.)

Sete anos depois da produção desta epístola, quando Roma foi devastada por enorme incêndio, e o imperador Nero procurou à sua volta bodes expiatórios para os quais pudesse desviar a suspeita popular (talvez injustamente) dirigida contra ele, encontrou-os perto e prontos. Os cris¬tãos de Roma eram impopulares. Eram vistos como "inimigos da raça humana" e acusados de práticas criminosas como o incesto e o canibalis¬mo. Por isso, fizeram-se em grande número vítimas do ódio imperial. E é essa perseguição movida por Nero que tradicionalmente compõe o ce¬nário para o martírio de Paulo e de Pedro.

Três anos após escrever esta carta, Paulo afinal concretizou sua es¬perança de visitar Roma. E o fez de um modo que não esperava ao es¬crevê-la. O receio quanto à acolhida que lhe dariam em Jerusalém receio que expressara em 15:31 — provou-se bem fundado. Poucos dias depois de sua chegada ali, foi acusado perante as autoridades romanas da Judéia de ter feito grave ofensa à santidade do templo. O processo arrastou-se inconclusivamente, até que, por fim, Paulo se valeu dos seus direitos de cidadão romano e apelou para que sua causa fosse transferida para Roma, para a jurisdição direta do imperador. Foi, então, enviado para Roma. Depois de um naufrágio, e após invernar em Malta, chegou a Roma no princípio do ano 60 A. D. Quando estava sendo conduzido para o norte, pela Via Ápia, por um corpo militar de mensageiros sob cuja custódia estava, os cristãos de Roma, ouvindo falar de sua chegada, foram encontrá-lo em pontos situados a 50 ou 60 quilômetros do sul da cidade e lhe deram algo assim como uma escolta triunfal para o resto da viagem. Ver estes amigos foi uma fonte de grande estímulo para ele. Nos dois anos seguintes, Paulo ficou em Roma, mantido sob guarda em seus alojamentos particulares, com permissão para receber visitas e propagar o Evangelho no centro vital do império.

O que sucedeu no fim desses dois anos é objeto de conjetura. Não há plena certeza de que ele tenha chegado a cumprir o seu plano de visitar a Espanha e de pregar o Evangelho ali. O que é mais provável é que, não muitos anos mais tarde, tendo sido sentenciado à morte em Roma, como líder dos cristãos, foi levado para fora da cidade, pela estrada que vai ao porto marítimo de Ostia, e ali decapitado, no local até hoje assinalado pela Igreja de San Paolo Fuori le Mura ("São Paulo Fora dos Muros").

Todavia, nas palavras de Tertuliano, ficou provado que o sangue dos cristãos é semente.6 A perseguição e o martírio não extinguiram o cris¬tianismo em Roma. A igreja ali continuou a florescer com crescente vigor e a contar com a estima dos cristãos do mundo inteiro como uma igreja "digna de Deus, digna de honra, digna de congratulações, digna de louvor, digna de sucesso, digna em pureza, preeminente em amor, an¬dando segundo a lei de Cristo e levando o nome do Pai".7



Notas

Ver notas sobre 15:25ss., pp. 208-214s

2 At 22:28.

3 F. J. Foakes-Jackson, Peter, Prince of Apostles (1927, p. 195)

4. ProFlacco 66.

5. De acordo com Dio Cássio (History lx. 6), Cláudio impusera restrições aos judeus romanos no início do seu reinado: "Como tinha voltado a aumentar o número dos judeus, mas dificilmente poderiam ser expulsos da cidade porque eram muitos, ele não os fez sair propriamente, mas os proibiu de reunir-se de acordo com os costumes herdados dos seus ancestrais." Ver F. F. Bruce, "Christianity under Claudius", BJRL, XLIV, 1961-62, p.309ss.

6. VerT. W. Manson, Studies in the Guspels and Epistles(1962), p. 37ss.

7. Ver M. Black", The Scrolls and Christian Origins (1961), p. 114s. Sobre a origem judaica da igreja de Roma, ver também E. Meyer, Ursprung und Anfange des Christentums, III (Stuttgart e Berlim, 1923), p. 465ss.; W. Manson, The Epistle to the Hebrews (1951), p. 172ss., "Notes on the Argument of Romans (Capítulos 1-8)", New Testament Essaysin Memory of T. W. Manson (1959), p. 150ss.

8. Apology 50. Esta descrição consta do prefácio da obra Epistle to lhe Romans, de Inácio, c. 115 A. D. Dei um relato do progresso do cristianismo em Roma após 64 A. D. em The Spreading Flame (1958), p. 162ss.

Brilho da igreja primitiva




Se confrontarmos os fatores que ilumi¬navam e davam projeção à igreja primitiva com a mesma classificação de fatores de nossos dias, descobriremos a causa predo-minante do brilho inconfundível da igreja dos primeiros dias do cristianismo.

Na igreja primitiva, os cristãos eram cuidadosamente instruídos acerca do ca-minho, em contraste com o abandono em que vivem os neo-convertidos nas igrejas de nosso tempo.

Naqueles dias, os neófitos aprendiam como dar razão de sua fé; um príncipe ou um nobre não conhecia melhor a doutrina cristã do que o homem do povo ou o maríti¬mo que se convertera numa de suas viagens em um porto qualquer. O conheci¬mento de uns era o conhecimento de todos.

Na igreja primitiva, a admissão como membro era mais difícil do que hoje: o can-didato devia ser realmente convertido e ti¬nha de demonstrar seu desejo de pertencer à igreja, através de uma série de fatos que faziam recuar os medrosos e todos os inca¬pazes de fazerem brilhar a luz de Cristo. A admissão era precedida de exames que exi¬giam renúncia à vida passada: requeriam provas de que a nova vida era vivida no Espírito de Cristo. Enquanto o pretenden¬te não estivesse desligado dos laços que o prendiam ao mundo e seus aliados, quer dizer, ao Diabo e à carne, não estava apto para o Reino: sua luz não honraria a igreja, não podia ser membro do corpo de Cristo.

Na igreja primitiva o batismo nas águas só era concedido àqueles que o mundo considerava "mortos" para si, por terem sido achados por Cristo, e iluminados pela graça; enquanto o candidato ao batismo estivesse "vivo" para os homens, não con¬seguiria descer às águas. O batismo era o testemunho público de renúncia e morte ao pecado e significava o desejo de viver em novidade de vida.

Qualquer que fosse batizado, conhecia o significado desse ato, pois antes de o rea-lizar, passara pela experiência do novo nascimento; estava pronto a abdicar todas as vantagens, por amor a Cristo; estava disposto a brilhar por amor ao Evangelho.

Na igreja primitiva a admissão de obreiros não era obra de homens nem da vontade humana. O escolhido era aponta¬do por Deus. Se alguém se apresentasse à igreja, a fim de ser eleito para algum cargo, certamente seria reprovado, senão houves¬se provas de ter sido chamado pelo Espíri¬to Santo (At 13.1).

Quando olhamos para o passado e de¬paramos com esse clarão inextinguível que foi o testemunho da Igreja de Cristo, senti¬mos desejo de clamar, clamar, clamar até conseguir despertar as igrejas de nossos dias e dizer-lhes que voltem a viver nos passos de Jesus, que voltem a buscar o bri¬lho e o testemunho inconfundível de povo adquirido.

Entre outros motivos que congregavam os cristãos da igreja primitiva, um havia que exercia grande influência na vida da comunidade: eles reuniam-se com o fim de partirem o pão, na celebração da Ceia do Senhor. Era esse um ato de alta reverência e um motivo de amor fraternal que envol¬via a esperança da volta de Cristo. Na ce¬lebração da Ceia, não faltava a exortação mútua, em que era mencionada a vinda de Jesus. A promessa dos anjos, quando Jesus subiu ao Céu, de que Ele voltaria para os seus, era tato recente: era um elo de espe¬rança que unia todos os corações.

Uma igreja cujo alvo tenha uma defini¬ção e um motivo tão elevado como é o pro-pósito de honrar a Deus, é uma igreja cujo brilho os inimigos não conseguem apagar, porque o testemunho da fé não se extingue com calúnias ou perseguições.

A igreja existiu e viveu nos dias distan¬tes do primeiro século, porque a vida social de então reclamava esse organismo vivo, para manifestar sua gratidão a Deus e ao mesmo tempo receber o Pão do Céu; seus membros, como elementos vivos, reque¬riam ambiente fraterno no qual pudessem cultivar a comunhão uns com os outros e participar da mesma revelação divina.

A igreja era o lugar desejado pela alma sequiosa; ali podiam sentir com toda a in-tensidade a proclamação da revelação di¬vina, e dos assuntos concernentes à salva¬ção; ali a alma recebia o conforto e a inspi¬ração das verdades eternas reveladas na Palavra de Deus.

Quem dava relevo e brilho à igreja não era a inteligência ou a cultura dos homens que Deus usava para anunciarem suas ver¬dades; a capacidade intelectual desses ho¬mens era quase nula; suas palavras não ti¬nham o verbo fascinante dos oradores gre¬gos. O fulgor da igreja brotava das verda¬des recebidas de Deus e fielmente anunciadas aos homens, como sendo obra do Céu, e não trabalho humano. A única luz que brilhava na igreja era a luz do Espírito Santo, porque o combustível que ardia era tão-somente a revelação da graça a orien¬tar todas as vontades.

Em nossos dias há maior número de igrejas do que nos dias dos apóstolos; há igrejas maiores, templos mais vistosos e mais amplos. Entretanto, a grande ques¬tão é saber se há, hoje, igrejas com o mes¬mo reflexo da verdade e da revelação de Deus, como havia então.

Já demonstramos qual era o brilho da igreja primitiva; a luz que lhe deu tanto fulgor é a mesma luz prometida à Igreja e aos cristãos de todas as idades. Se as igre¬jas e as comunidades cristãs de nossos dias vibrarem dos mesmos desejos e sentimen¬tos que operavam na igreja e nos corações dos santos de então, é lógico que o mesmo clarão de fé despertará os homens do sécu¬lo vinte a aceitarem a salvação.

Se as igrejas, hoje, orarem com o mes¬mo fervor do Pentecoste, a mesma revela¬ção que atraiu as multidões a ouvirem a mensagem do Evangelho, atrairá também os famintos espirituais que vagueiam sem rumo. .

Se a igreja e os cristãos do tempo pre¬sente aceitam o mesmo nome que distin¬guiu a igreja e os cristãos primitivos, é claro que estão na obrigação de crer nas mes¬mas verdades, observar os mesmos princí¬pios e deixar que a mesma luz as ilumine e lhes dê vida.

O brilho da igreja primitiva pode e deve ser a luz das igrejas atuais.



fonte; Emílio Conde