terça-feira, 13 de outubro de 2009

RESILIÊNCIA??????

Conversando com um amigo Ele disse que a palavra chave do dia dele era resiliência;nao entendi nada, tentei procurar alguma coisa sobre esta palavra.......
RESILIÊNCIA
Leonardo Grapeia
leonardo@agenegocios.com.br
www.agenegocios.com.br
Resiliência é a capacidade concreta de retornar ao estado natural de excelência, superando uma situação critica. Segundo dicionário Aurélio, é a propriedade de pela qual a energia armazenada em um corpo deformado é devolvida quando cessa a tensão causadora de tal de formação elástica”.

“ È A ARTE DE TRANSFORMAR TODA ENERGIA
DE UM PROBLEMA EM UMA SOLUÇÃO CRIATIVA”
GRAPEIA/2004

Resiliência surgiu na física e significa a capacidade humana de superar tudo, tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades, é trabalhado em todas as áreas como saúde, finanças, indústria, sociologia, e psicologia. Embora seja um assunto muito recente entre nós, já é trabalhado à anos na América do Norte, com sucesso.

O estresse profissional é uma realidade observada hoje nas mais diferentes áreas e setores do mercado de trabalho, diferentemente do que muitos imaginam, não está restrito apenas para profissionais que exercem altos cargos em grandes empresas. O problema está presente nos mais distintos níveis hierárquicos, em empresas de todos os portes, isso se intensifica à medida que se aumentam cobrança, pressão etc. Neste mundo globalizado um grande diferencial representa a pessoa resiliente, pois o mercado procura profissionais que saibam trabalhar com altos níveis de cobrança. Esses profissionais recuperam-se e se moldam a cada “deformação” (obstáculo)situacional.
O equilíbrio humano é como a estrutura de um prédio, se a pressão for maior que a resistência, aparecerão rachaduras como doenças psicossomáticas que se manifestam nos indivíduos que não possuem esta característica ex: gastrite entre outras.
O ser humano resiliente desenvolve a capacidade de recuperar – se e moldar – se novamente a cada obstáculo e a cada desafio. Quando mais resiliente for o indivíduo maior será o desenvolvimento pessoal, isso torna uma pessoa mais motivada e com capacidade de contornar situações que apresente maior grau de tensão.
Um indivíduo submetido a situações de estresse que tem a capacidade de superá-las sem lesões mais severas (“rachaduras”) é um resiliente. Já o profissional que não possui este perfil é o chamado "homem de vidro", que se "quebra" ao ser submetido às pressões e situações estressantes.
A idéia de resiliência pode ser comparada às modificações da forma de uma bexiga parcialmente inflada. Se comprimida, pode adquirir as formas mais diversas e em seguida retorna ao estado inicial.
Existe dois tipos de indivíduos, aqueles que nascem e os que se tornam resilientes.
Todos nós podemos nos tornar resiliêntes. Seguem algumas dicas:
• Mentalizar seu projeto de vida, mesmo que não possa ser colocado em prática imediatamente. Sonhar com seu projeto é confortante e reduz a ansiedade
• Aprender e adotar métodos práticos de relaxamento e meditação
• Praticar esporte para aumentar o ânimo e a disposição. Os exercícios aumentam endorfinas e testosterona que, conseqüentemente, proporcionam sensação de bem-estar
• Procurar manter o lar em harmonia, pois este é o "ponto de apoio para recuperar-se"
• Aproveitar parte do tempo para ampliar os conhecimentos, pois isso aumenta a autoconfiança
• Transformar-se em um otimista incurável, visualizando sempre um futuro bom
• Assumir riscos (ter coragem)
• Tornar-se um "sobrevivente" repleto de recursos no mercado profissional
• Apurar o senso de humor (desarmar os pessimistas)
• Separar bem quem você é e o que faz
• Usar a criatividade para quebrar a rotina
• Examinar e sobre a sua relação com o dinheiro
• Permitir-se sentir dor, recuar e, às vezes, enfraquecer para em seguida retornar ao estado original .
A resiliência consiste no equilíbrio entre a tensão e a habilidade de lutar, de atingir outro nível de consciência, que nos traz uma mudança de comportamento e a capacidade de lidar com os obstáculos da vida e do profissional.


Leonardo Soares Grapeia: Cursando Administração com ênfase em gestão de Negócios(UMC), trabalha em um grande Instituição Financeira, Fundador e Gestor do site www.agenegocios.com.br e do blo.agenegocios.com.br. Com vários artigos publicados nos sites; www.administradores.com.br, www.endeavor.org.br e www.artigos.com.
Sobre o Autor


Leonardo Soares Grapeia
leonardo@agenegocios.com.br

Cursando Pós- Graduação em Certificate in Business Administration pela IBMEC-SP, bacharel em Administração com ênfase em gestão de Negócios pela Universidade Mogi das Cruzes(UMC), é Gerente de uma grande Instituição Financeira.

Fundador e Gestor do site www.agenegocios.com.br é colunista dos sites O Gerente, Instituto Empreender Endeavor e do Jornal Alo Brasília.

sábado, 10 de outubro de 2009

teologo e escritor protestante

RUDOLF BULTMANN (1884-1976)‏
Teólogo e escritor protestante alemão. Estudou teologia nas Universidades de Tubinga, Berlim e Marburgo. Professor nesta última universidade desde 1921 até a sua aposentadoria em 1951. Muito discutido, tanto nos círculos protestantes quanto nos católicos, por sua interpretação dos Evangelhos, da pessoa histórica de Jesus e de sua mensagem, aplicou as normas da crítica histórica do século XX, assim como o método das formas ao texto bíblico. Esteve em contato com as correntes filosóficas modernas, valendo-se, principalmente, da análise existencial de M. Heidegger. De imensa erudição e capacidade, é uma figura importante e discutida do pensamento cristão atual.

Seu pensamento está contido principalmente em A história da tradição sinótica (1922), na qual analisa os evangelhos à luz das diferentes formas. E no Novo Testamento e mitologia (1941), obra várias vezes revisada e publicada em dois volumes sob o título de Querigma e mito (1961-1962). Em 1927 surgiram uma série de ensaios e escritos menores de Bultmann com o título de Existência e fé nos quais projeta sua visão cristã através do existencialismo.

Uma análise da doutrina de Bultmann leva-nos às seguintes conclusões:

1) Ceticismo quase absoluto sobre o valor histórico do Novo Testamento (NT). Para Bultmann, os evangelhos estão menos interessados na pessoa de Jesus e mais no período posterior à sua morte. Os evangelhos são simples construções convencionais posteriores.

2) O cristianismo atual enlaça com o primitivo somente pela aceitação do querigma, que aparece em Rm 1,3-4; 6,3-4; At 2,21-24; 1Cor 11,23-26.

3) Somente desta forma nós podemos saber nada sobre a vida e a personalidade do Jesus histórico. Assim como Barth, Bultmann reage contra a figura perfeita do Jesus histórico reconstruído pela teologia liberal do séc. XIX. É pouco o que sabemos e podemos reconstruir sobre a figura histórica de Jesus. As afirmaçõees do NT sobre ele não se referem à sua natureza, mas à sua significação.

4) O tema central do evangelho é a morte e ressurreição de Jesus. A ressurreição não é um acontecimento objetivo, mas uma experiência viva que nos introduz numa nova dimensão da existência e nos liberta de nós mesmos, do pecado, para abrir-nos aos outros. Doutrinas tão báicas do cristianismo como a encarnação, morte, ressurreição e segunda vinda de Cristo dissipam-se numa interpretação existencialista da vida. A interpretação mítica dissolve-se num existencialismo que não deixa quase nada intacto no credo dos apóstolos.

A conclusão final de Bultmann é que o mito ou forma de pensamento em que aparece envolvido o Evangelho apresenta-nos uma versão manipulada e desfigurada de Jesus, Filho de Deus, que morreu e ressuscitou. Esse mito transmite-nos um querigma, uma palavra divina dirigida ao homem, que este deve aceitar de maneira desmitificada, isto é desprovida de sua proteção. O Cristo com que nos encontramos hoje é o Cristo da evangelização, não o Jesus da história. É o querigma desmitificado de formas do passado, todavia existentes na fé e na pregação de Jesus, que nos obriga e nos defronta a uma opção entre uma vida autêntica e outra inautêntica.

Da doutrina de Bultmann deduz-se que a fé cristã deve interessar-se pelo Jesus histórico para centrar-se no Cristo transcendente do querigma. A fé cristã, a fé no querigma da Igreja, pela qual se pode dizer que Jesus Cristo ressuscitou, e não fé no Jesus histórico.

Todas as Igrejas, após reconhecer a boa vontade de Bultmann, rejeitam a postura radical do grande mestre. Sua doutrina permitiu reconstruir melhor o Jesus histórico e sua função dentro da teologia atual. Os mesmos discípulos de Bultmann evoluíram para uma nova hermenêutica e interpretação da forma linguística da existência.

PENSAMENTOS DE RUDOLF BULTMANN

"É precisamente pelo abandono radical e pela crítica consciente dessa cosmovisão mitológica da Bíblia que podemos trazer à luz a pedra de tropeço real, ou seja, o fato de que a palavra de Deus chama o ser humano a renunciar a toda segurança de obra humana."

"A fé é a renúncia por parte do ser humano à sua própria segurança e a disposição de encontrá-la unicamente no além invisível, em Deus. Isso significa que a fé é uma segurança ali onde nenhuma segurança pode ser vista; é como disse Lutero, a disposição de entrar confiadamente nas trevas do futuro."

"Creio que Deus atua aqui e agora, mas Sua ação é oculta, porque não é diretamente idêntica ao acontecimento visível. Ainda não sei o que Deus está fazendo, e talvez nunca chegue a sabê-lo, mas creio firmemente que é importante para minha existência pessoal, e devo perguntar-me o que é que Deus está me dizendo. Talvez esteja me dizendo apenas que devo aguentar em silêncio."

"A graça de Deus é a graça que perdoa pecados, isto é ela liberta o ser humano de seu passado, que o mantém preso. Liberta-o daquela postura do ser humano que quer se assegurar, lançando por isso mão do que é disponível e apegando-se ao que é transitório e sempre já passado".

"Portanto, o acontecimento ocorrido em Cristo é a revelação do amor de Deus, que liberta o ser humano de si mesmo, libertando-o para uma vida de entrega na fé e no amor. Fé como lberdade do ser humano de si mesmo, como abertura para o futuro, só é possível como fé no amor de Deus. Contudo, a fé no amor de Deus permanece auto-suficiência enquanto o amor de Deus for uma imagem criada pelo desejo, uma idéia, enquanto Deus não revelar seu amor. A fé cristã é fé em Cristo pelo fato de ser fé no amor revelado de Deus. Só quem já é amado pode amar".

"A palavra de Deus exorta o ser humano a renunciar a seu egoísmo e à segurança ilusória que ele próprio construiu para si. Exorta-o a que se volte para Deus, que está além do mundo e do pensamento científico. Exorta-o, ao mesmo tempo, a que encontre seu verdadeiro eu. Porque o eu do ser humano, sua vida interior, sua existência pessoal também se encontra além do mundo visível e do pensamento racional. A palavra de Deus interpela o ser humano em sua existência pessoal e, assim, o liberta do mundo, da preocupação e da angústia que o oprimem tão logo se esquece do além".

teologo conteporaneo

WOLFHART PANNENBERG (1928- )
Wolfhart Pannenberg é um dos maiores teólogos protestantes contemporâneos. Nasceu no ano 1928 na cidade de Stettin, Alemanha. Pannenberg foi batizado na Igreja Evangélica Luterana, mas não teve praticamente nenhum contato com a Igreja nos seus primeiros anos. Com cerca de dezasseis, no entanto, ele teve uma intensa experiência religiosa a qual ele chamou mais tarde de sua "experiência de iluminação". Buscando a compreender esta experiência, ele começou a pesquisar através das obras de grandes filósofos e pensadores religiosos. O seu professor de literatura da Escola Secundária, que tinha sido uma parte da Igreja Confessante durante a Segunda Guerra Mundial, encorajou-o a considerar seriamente o cristianismo, o que resultou na "conversão intelectual" de Pannenberg, na qual se concluiu que o Cristianismo era a melhor opção religiosa disponível. E isto o implusionou em sua carreira como teólogo. Pannenberg estudou Teología e Filosofía na universidade de Göttingen, sob a direção de Nicolai Hartmann. Logo estudou na universidade de Basel, sob K. Jaspers e Karl Barth. Estudou na Universidade de Berlim e doutorou-se em Teologia na Universidade de Heidelberg (1954), onde lecionou até 1958. Em seguida, ensinou em Wuppertal (1958-61), Mainz (1961-68) e Munique (1968-1993).

Quem mais influenciou no pensamento de Pannenberg foram Günter Bornkamm com seu "Nova busca pelo Jesus histórico". Seu outro mentor foi Hans Von Campenhausen por meio de seu discurso reitoral de 1947 intitulado: "Agostinho e a queda de Roma".

Wolfhart Pannenberg, que é professor de teologia sistemática na Universidade de Munique, apresenta sua teologia de dentro da categoria da história. A parte central da carreira teólogica de Pannenberg foi sua defesa da teologia como uma rigorosa disciplina acadêmica, uma capacidade de interação com a filosofia crítica, a história e as ciências naturais.

Pannenberg é talvez mais conhecido pelo seu livro: Jesus - Deus e Homem, no qual ele constrói uma Cristologia "por baixo", ou seja, a sua dogmática decorre de uma análise crítica da vida de Jesus de Nazaré. Ele correspondentemente rejeita as tradicionais calcedonicas "duas naturezas", preferindo ver a pessoa de Cristo à luz da ressurreição. Este foco sobre a ressurreição de Cristo como a chave da identidade levou Pannenberg a defender a sua historicidade. Outras obras: A redenção como acontecimento e história, 1959; Revelação como história, 1962; Que é o homem? A antropologia atual à luz da teologia, 1964; Teologia Sistemática (3 v.). Quando foi publicado seu livro Jesus - Deus e Homem, em 1968, veio a ser uma influência no mundo de fala inglesa.
A doutrina teológica de Pannenberg considera que a realidade histórica tem prioridade sobre a fé e o raciocínio humanos. Wolfhart Pannenberg, pode ser chamado o teólogo da história. Porque para ele a história é o princípio de averiguar o futuro com a revelação da Palavra.

Para Pannenberg, a Ressurreição de Jesus tem uma importância capital na nova concepção de revelação. Ele afirma que ela é o acontecimento central do Novo Testamento, porque faz acontecer antecipadamente o final da história, e isto permite conhecê-la em sua totalidade.
Para Pannenberg, toda história é a revelação de Deus. A história está tão clara em suas funções revelatórias que sua interpretação pode ser feita sem a ajuda da revelação sobrenatural. A verdade revelatória está necessariamente inerente na totalidade da história e bem clara para todos quantos observam. Deixar de captar a revelação dentro da história é falha do indivíduo e da sua investigação, e não da própria história.

Pannenberg propõe que Deus se revela indiretamente mediante a proeza que ele realiza na história. Ele compreende a revelação como a auto-revelação de Deus de forma indireta na história. Portanto, se a revelação de Deus acontece por intermédio de fatos históricos, estes são acessíveis ao juízo consciente de cada homem e, por conseguinte, ela não é um conhecimento esotérico revelado a poucos. Apesar desta abertura, Pannenberg também afirma que a revelação é um ato divino e do qual o homem necessita, pois este conhecimento não está em seu poder e ele não pode obtê-lo sozinho.

O pensamento de Wolfhart Pannenberg pode ser considerado aquele que no contexto luterano aceitou de forma evidente o desafio do Iluminismo. Desde os primórdios de sua reflexão, Pannenberg pretendeu superar a marginalização da fé e da teologia em relação à razão moderna.
Wolfhart Pannenberg ao lado de Jürgen Moltman detém a paternidade da chamada Teologia da Esperança. Simplesmente, teologia liberal. Pannenberg é bem situado entre os grandes teólogos protestantes contemporâneos. De um lado ele é claramente um teólogo de confissão Luterana, de outro lado do ponto de vista metodológico, ele é um neoliberal. Seu esforço de conciliar a tradição Luterana com a metodologia contemporânea é o que faz sua teologia interessante e significativa. Wolfhart Pannenberg também teve muita influência na teologia católica.

PENSAMENTOS DE WOLFHART PANNENBERG

"O clima público do secularismo mina a confiança dos cristãos na verdade em que crêem (...) Em um ambiente secular, até o conhecimento elementar da cristandade (...) definha. Não é mais uma questão de rejeitar os ensinamentos cristãos; um grande número de pessoas não tem a mínima idéia de quais são esses ensinamentos (...). Quanto mais disseminada a ignorância do cristianismo, maior o preconceito contra o mesmo (...) A dificuldade é agravada pelo relativismo cultural da própria noção da verdade (...) à vista de muitos, (...) as doutrinas cristãs são meramente opiniões que podem ou não ser afirmadas de acordo com a preferência individual, ou dependendo de se elas são voltadas para necessidades pessoais (...) A ordem social cuidadosamente secularizada promove um sentimento de falta de sentido"

"A teologia cristã tem somente a tarefa de mostrar que e como se pode desenvolver uma interpretação coerente de Deus, do ser humano e do mundo a partir do evento da revelação que o cristianismo compreende como tal, interpretação esta que é capaz de ser defendida, com razões, como verdadeira em relação ao conhecimento de experiência da filosofia, e que por isso também pode ser defendida como verdadeira em relação a interpretações alternativas do mundo, tanto religiosas como não-religiosas. A abordagem comparativa e a formação de juízo acerca das reivindicações divergentes da verdade já devem pressupor tais exposições das concepções a serem comparadas"

"Ora, a quem faz um trabalho, o salário não é considerado como gratificação, mas como um débito; a quem, ao invés, não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, é sua fé que é levada em conta de justiça, como, aliás, também Davi proclama a bem-aventurança do homem a quem Deus credita a justiça, independentemente das obras".

"O Reino de Deus não será estabelecido pelo homem. Muito enfaticamente, ele é o Reino de Deus (...) O homem não é exaltado, mas degradado quando se torna vítima de ilusões acerca de seu poder"

"Qualquer tentativa inteligente de falar sobre Deus um discurso criticamente consciente de suas condições e limitações deve começar e terminar com a confissão da majestade inconcebível de Deus, que transcende todos nossos conceitos."

"O ser humano não possui uma alma como realidade independente, em oposição ao próprio corpo; tampouco possui um corpo que se movimenta de maneira totalmente mecânica ou inconsciente. Ambas as idéias são abstrações. O que realmente existe é a unidade do ser vivo, da pessoa humana que se movimenta e reage ao mundo"

"Jesus adquire significado ‘para nós’ somente enquanto esta significação está apoiada nele mesmo, na sua história e na pessoa que a história manifestou. Somente enquanto esta poderá ser demonstrada, podemos ter certeza que a nossa fé não será uma mera projeção de problemas, desejos e pensamentos pessoais sobre a pessoa de Jesus"

"Uma mensagem não convincente, como alternativa, não é capaz de alcançar o poder de convencer simplesmente apelando ao Espírito Santo... A argumentação e a operação do Espírito não são mutuamente exclusivas. Ao confiar no Espírito, Paulo de forma alguma dispensou-se de pensar e argumentar".

"Os eventos que revelam Deus e a mensagem que narra esse acontecimento levam o homem a um conhecimento que ele por si mesmo não possui. Mas esses acontecimentos têm realmente uma força convincente. Lá onde eles são percebido, assim como são, no contexto históricos ao qual por natureza pertencem, eles falam sua própria língua, a língua dos fatos reais. E foi nessa língua dos fatos que Deus mostrou sua divindade".

outro protestante

PAUL JOHANNES TILLICH (1866-1965)
Paul Johannes Oskar Tillich nasceu em 20 de agosto de 1886, em Starzeddel, Alemanha. Foi um teólogo alemão-estado-unidense. Tillich foi comtemporâneo de Karl Barth, e um dos mais influentes teólogos protestantes do século XX.

Estudou sucessivamente a filosofia e a teologia em Berlin, Tübingen e Halle, sendo contemporâneo de Karl Barth e Rudolf Bultmann. Suas teses foram dedicadas à filosofia religiosa de Schelling.

Ordenado em 1912, foi pastor da Igreja luterana evangélica de Brandeburgo; participou da Primeira Guerra Mundial como capelão de guerra. Até 1933, lecionou em Berlin, Marburg, Dresden, Leipzig e Frankfurt. Em 1929 sucedeu Max Scheler na cátedra de filosofia e psicologia de Frankfurt.

Desempenhou um papel importante na fundação da Escola de Frankfurt, tendo orientado a tese de doutorado de Theodor Adorno. Foi fundador, com um grupo de amigos, do movimento intelectual do "socialismo religioso".

Tendo perdido sua cátedra por causa de suas posições anti-nazistas, Tillich emigrou para os Estados Unidos em 1933, a convite dos amigos Reinhold e Richard Niebuhr. De 1933 a 1955, foi professor de Teologia Filosófica no Union Theological Seminary e na Columbia University (New York).

Nacionalizou-se americano e lecionou nas universidades de Harvard e de Chicago. Nesta última cidade, coordenou importantes seminários de estudos da religião com Mircea Eliade. Depois da Segunda Guerra, fez freqüentes viagens a Europa para cursos e conferências. Recebeu o prêmio da paz dos editores alemães em 1962.
Harvard e Chicago ocuparam os últimos anos de sua docência como teólogo protestante.

Paul Tillich foi casado com Hanna Tillich e tiveram dois filhos.

Paul Tillich faleceu em Chicago, em 22 de outubro de 1965.

As pesquisas de Paul Tillich contribuíram também para o existencialismo cristão. Tillich é tido, ao lado de Karl Barth, como um dos mais influentes teólogos protestantes do século XX.

Tillich deixou uma densa obra e numerosos discípulos, que seguiram e aplicaram sua doutrina. Seu pensamento aparece como uma ponte entre o sagrado e o profano. Não confunde as duas esferas, mas tende a explicitar o sentido religioso, implícito nas profundezas do ser, de todo ser. A tentativa apóia-se nestes conceitos-base: o limite, a ruptura, a correlação e o abismo. É um pensamento no limite, porque é onde se definem as coisas. O ser no limite significa não um ser estático, mas uma posição de ruptura entre o ser e o não-ser. A ruptura segue a correlação, categoria básica de Tillich, resposta aos problemas do homem e da história. E finalmente o abismo, que permite a Tillich superar a oposição da moderna teologia protestante entre o Deus da razão e o Deus da fé. No abismo de todo ser reúnem-se e harmonizam-se unitariamente o ser em si e o Uno-Trino da Bíblia. Paul Tillich defendeu o exame da religião pela razão, assim como valorizou o auxílio do conhecimento secular para a compreensão do cristianismo, embora afirmasse que o critério supremo da revelação residia em Jesus.

Sobre essa base filosófica de fundo hegeliano, Tillich constrói sua teologia, que pode ser resumida nestes pontos:

— Insistência em que a Bíblia não é a única fonte da teologia. Esta deve ser predominantemente apologética e querigmática, isto é, deve interessar-se pelas diferentes formas de cultura e ser uma tarefa essencialmente racional para chegar à compreensão do especificamente cristão. Em sua Teologia sistemática (3 vols., 1951-1957), Deus é apresentado como “aquele que nos concerne, em última instância” ou “a essência de nosso ser”. Deus não é um ser, mas o próprio ser. A linguagem da teologia e da religião é essencialmente simbólica. A única exceção é Deus que, como vimos, define como o mesmo ser. “O homem desta infinita e incansável profundidade de todo ser é Deus.” “Talvez se esqueça tudo o que se aprendeu sobre Deus, inclusive a própria palavra, para desta maneira saber que conhecendo que Deus é o profundo, conhecemos muito sobre ele. Neste sentido, ninguém pode chamar-se ateu ou nãocrente. Somente é ateu quem seriamente afirma que a vida é superficial.”

— Com relação ao fato cristão, afirma que Cristo, “enquanto símbolo da participação de Deus nas situações humanas”, é a resposta necessária para a situação existencial do homem pecador. Com ele mudou-se a existência, pois revelou-nos um Deus libertador. Para Tillich, o Novo Testamento somente se refere à história de Jesus para elevá-lo a valor simbólico universal, cujos momentos decisivos são a cruz, símbolo do encadeamento do homem ao finito e negativo da existência, e a ressurreição, símbolo da vitória.

— Fiel a seu método da “correlação”, Tillich insinua e demonstra, em termos arduamente exeqüíveis, que não existe contradição entre o natural e o sobrenatural e que, portanto, o Deus da razão e o Deus da fé e a revelação são dois aspectos de uma mesma realidade. Corrige assim o sobrenaturalismo de Barth, demasiado preocupado em identificar a mensagem imutável do Evangelho com a Bíblia ou com a ortodoxia tradicional. Sua teologia apologética destina-se a responder aos problemas da situação de hoje. “Deve-se lançar a mensagem como se lança uma pedra sobre a situação de hoje.” Pelo princípio da correlação os elementos relacionados só podem existir juntos. É impossível que um aniquile a existência do outro. Com o princípio da correlação a reflexão teológica desenvolve-se entre dois pólos: a verdade da mensagem cristã e a interpretação dessa verdade, que deve levar em conta a situação em que se encontra o destinatário da mensagem. E a situação não diz apenas respeito ao estado psicológico ou sociológico do destinatário, mas "as formas científicas e artísticas, econômicas, políticas e éticas, nas quais [os indivíduos e grupos] exprimem as suas interpretações da existência". A situação é o que se deve levar a sério.

— Com fundamento nas idéias de Schelling e no existencialismo de Kierkegaard, Tillich elaborou uma teologia que engloba todos os aspectos da realidade humana em função da situação histórica do homem. Seu método teológico baseou-se no chamado princípio da correlação, descrito em Systematic Theology (1951-1963; Teologia sistemática). Esse princípio transforma a teologia num diálogo que relaciona as perguntas feitas pela razão às respostas obtidas mediante a fé, como experiência reveladora.

— Para Tillich, a teonomia - lei interior dada por Deus, em harmonia com a natureza essencial do homem - dá força e liberdade ao homem para reconstruir a sociedade de forma criativa. A teonomia contrapõe-se à heteronomia, lei imposta ao homem de fora para dentro, e à autonomia, que o deixa frustrado e sem motivação para a vida.

— A vida é definida por Paul Tillich como sendo a atualização do ser potencial. Em todo processo vital ocorre essa atualização. Os termos "ato", "ação", "atual" denotam um movimento com centralidade dirigida para diante, um sair do centro de ação. Mas esse sair-de-si ocorre de tal forma que, para Tillich, "o centro não se perde nesse movimento centrífugo. Permanece a auto-identidade na auto-alteração." O outro, no processo de alteração se dirige tanto para fora do centro como para dentro dele novamente. Dessa forma distingue três elementos no processo da vida: auto-identidade, auto-alteração, e volta para si mesmo. "Potencialidade se torna atualidade somente através desses três elementos no processo que chamamos vida".

A influência de Tillich cresceu ainda mais depois de sua morte. Seu pensamento com relação ao conceito de Deus foi seguido e popularizado por John Robinson, autor de Honest to God (1963). Mais recentemente, Don Guppitt iniciou um duro ataque à doutrina tradicional cristã sobre Deus em sua obra Tomando o lugar de Deus (1980), na qual advoga por um conceito cristão-budista de Deus similar ao de Tillich.

Entre suas obras, cabe destacar Se comovem os fudamentos da Terra (1948), Teologia sistemática (1951, 1957 e 1963), Coragem de ser (1952) e O eterno agora (1963). Grande renovador da teologia, seu tema principal é a reconciliação entre ciência e fé e entre cultura e religião.

PENSAMENTOS DE PAUL TILLICH

"A cura pela fé no sentido não pervertido da palavra é a recepção da salvação/saúde no ato da fé, isto é: na entrega a algo que nos diz respeito incondicionalmente, ao sagrado que não pode ser forçado a se colocar a nosso serviço. De tal entrega deriva a cura no centro da personalidade, integração das forças contraditórias que se subtraem ao centro e querem então se apossar dele".

"A integração do si mesmo pessoal só é possível mediante a sua elevação até aquilo que chamamos simbolicamente de si mesmo (ou personalidade) divino. E isso só é possível graças à irrupção do Espírito divino no espírito humano, isto é, pela presença do Espírito divino".

"Chegamos assim à conclusão que cura e salvação se pertencem mutuamente de modo indissociável, que os múltiplos aspectos do curar/salvar devem ser claramente diferenciados, que eles são produzidos por uma força suprema de cura e que seus portadores devem lutar juntos a favor da humanidade. Nenhuma separação, nenhuma confusão mas um objetivo comum de todo "curar": o ser humano salvo, em totalidade".

"Uma religião que não possui um poder de curar e salvar é desprovida de sentido".

"A razão não resiste à revelação. Ela pergunta pela revelação. Pois revelação significa a reintegração da razão".

"É a finitude do ser que conduz à questão de Deus".

"... o termo 'Novo Ser', quando aplicado a Jesus como o Cristo, indica o poder que nele vence a alienação existencial ou, expresso em forma negativa, o poder de resistir às forças da alienação. Experimentar o Novo Ser em Jesus como o Cristo significa experimentar o poder que nele venceu a alienação existencial em si mesmo e em todos aqueles que têm parte com ele".

"A teologia sistemática necessita de uma teologia bíblica que seja histórico-crítica sem quaisquer restrições, mas que seja, ao mesmo tempo, interpretativo-existencial, levando em conta o fato de que ela trata de assuntos de preocupação última"

"Nossa preocupação última é aquilo que determina o nosso ser ou não-ser. Só são teológicas aquelas afirmações que tratam de seu objeto na medida em que possa se tornar para nós uma questão de ser ou não-ser"

"O homem está dividido dentro de si. A vida volta-se contra si própria através da agressão, do ódio e do desespero. Estamos habituados a condenar o amor-próprio; mas aquilo que pretendemos realmente condenar é o oposto do amor-próprio. É aquela mistura de egoísmo e aversão por nós próprios que permanentemente nos persegue, que nos impede de amar os outros e que nos proíbe de nos perdermos no amor com que somos eternamente amados. Aquele que é capaz de se amar a si próprio é capaz de amar os outros; aquele que aprendeu a superar o desprezo por si próprio superou o seu desprezo pelos outros".

"Na nossa tendência para maltratar e destruir os outros existe uma tendência, visível ou oculta, para nos maltratarmos e nos destruirmos. A crueldade para com os outros é sempre também crueldade para com nós próprios. Deste modo, o estado de toda a nossa vida é o distanciamento dos outros e de nós próprios, porque estamos distanciados da Razão do nosso ser, porque estamos distanciados da origem e do objectivo da nossa vida".

"A teologia levanta necessariamente a questão da realidade como um todo, a questão da estrutura do ser. A teologia suscita necessariamente a mesma pergunta, pois aquilo que nos preocupa de forma última deve pertencer à realidade como um todo; deve pertencer ao ser".

"O objetivo da teologia é aquilo que nos preocupa de forma última. Só são teo-lógicas aquelas afirmações que tratam do seu objeto na medida em que ele pode se tornar questão de preocupação última para nós"

"“Um sistema teológico deve satisfazer duas necessidades básicas: a afirmação da verdade da mensagem cristã e a interpretação desta verdade para cada nova geração”.

"Se a “Palavra de Deus” ou o “ato de revelação” é considerado a fonte da teologia sistemática, devemos enfatizar que a “Palavra de Deus” não está limitada às palavras de um livro e que o ato de revelação não se identifica com a “inspiração” de um “livro de revelações”, mesmo que esse livro seja o documento da “Palavra de Deus” final, plenitude a critério de todas as revelações".

"O sentido ontológico da experiência é uma conseqüência do positivismo filosófico. O que é dado positivamente é, segundo esta teoria, a única realidade da qual se pode falar de modo significativo. E positivamente dado significa dado na experiência. A realidade é idêntica à experiência"

“A Bíblia como um todo nunca foi a norma da teologia sistemática. A norma tem sido um princípio derivado da Bíblia num encontro entre ela e a igreja”.

“Já que a norma da teologia sistemática é o resultado de um encontro da igreja com a mensagem bíblica, podemos considerá-la produto da experiência coletiva da igreja”

"A Bíblia é a Palavra de Deus em dois sentidos: É o documento de revelação final e participante na revelação final da qual é documento. Provavelmente nada contribuiu mais para a interpretação errônea da doutrina bíblica da Palavra do que a identificação da Palavra com a Bíblia"

“O Cristo não é o Cristo sem a Igreja, e a Igreja não é Igreja sem o Cristo. A revelação final, como toda revelação, é correlativa”.

pensador protestante

KARL BARTH (1886-1969)
Karl Barth foi um dos maiores pensadores protestantes do século XX. Karl Barth nasceu em Basel, Suíça, no dia 10 de maio de 1886. Barth foi um teólogo de confissão calvinista. Filho de pais religiosos, foi educado em meio a pastores conservadores. Suas influências acadêmicas foram Kant, Hegel, Kierkegaard e teólogos como Calvino, Baur, Harnack e Hermann. Até 1911, ainda jovem, esteve Karl Barth vinculado ao protestantismo liberal antidogmático e modernista de Adolf von Harnack (1851-1930), invertendo a seguir sua posição. Em 1911 começou a pastorear uma pequena igreja do interior da Suíça e aí ficou até 1925. Durante esses anos conheceu Eduard Thuneysen, amigo que acompanhou e contribuiu em suas reflexões teológicas. Nessa época seu grande desafio era o que pregar a cada domingo. Em 1914, ele e Thuneysen resolveram buscar uma resposta ao desafio da pregação. Durante quatro anos, Thuneysen estudou Schleiermacher e Barth estudou Paulo. Como fruto desses estudos, em 1919, Barth publicou seu Comentário à Epístola aos Romanos.

Estudou em Berna, Berlim, Tuebingen, Marburgo. Algum tempo pastor em Genebra e em Safenwil. A partir de 1921 passou a ensinar teologia na universidade alemã de Goettingen; em 1925, na de Muenster; em 1930, na de Bonn. Em 1935, por sua atitude anti-nazista, foi obrigado por Hitler a refugiar-se em Basiléia, de cuja universidade foi professor, onde lecionou até 1961. Na Alemanha, deu ainda, na qualidade de professor estrangeiro, lições em Bonn, em 1946 e 1947.

Karl Barth faz parte da chamada “teologia dialética” ou “da crise”, junto a J. Moltmann, E. Brunner, R. Bultmann, F. Gogarten e outros. Barth deu nome a um movimento: o barthismo, que propõe uma total e coerente adesão à Palavra de Deus, equivalente ao objetivismo da revelação bíblica e ao fato histórico da encarnação, contra o imanentismo da cultura moderna geral e em particular do “protestantismo liberal”. Procurou renovar a teologia desvinculando-a da tradição fideísta de Schleiermacher (1768-1834), para recolocá-la na reforma do século 16. A teologia de Barth é uma reação frente a Schleiermacher e, em geral, contra a cultura do Romantismo e do Iluminismo.Barth rejeitou a analogia entre Deus e a criatura, para destacar a transcendência divina, advertindo que somente é válida a via negativa de acesso a Deus, de acordo com a expressão de Kierkegaard sobre a infinita diferença qualitativa entre o tempo e a eternidade.

Com o destaque da transcendência divina abriu largo espaço entre Deus e o homem. Abandonado o homem existencialmente a si mesmo, não tendo senão a fé como caminho para o alto. Cristo é o intermediário, como se diz na Epístola aos Romanos, e comentada por Barth. A teologia de Barth recebe muitos nomes: teologia da crise, teologia dialética, teologia kerigmática,teologia da Palavra.

Participou, como observador, do Concílio Vaticano II. A doutrina de Barth está presente em seus numerosos discípulos e em sua extensa e valiosa obra escrita. Destacamos seu monumental Die Kirchliche Dogmatik (10 vols., 1955) e o Comentario à epístola aos Romanos (1919); Humanismus (1950), e outras.

Karl Barth faleceu em dezembro de 1969.

Podemos sintetizar sua teologia nos seguintes pontos:

1) Barth destaca a absoluta transcendência de Deus. Deus é o único positivo, o ser. O homem, no entanto, da mesma forma que o mundo, é a negação, o não ser. Justamente por não ser nada, o homem não tem a possibilidade de autoredenção; nem ao menos de conhecer Deus, mas somente de saber que não o conhece.

2) A iniciativa vem de Deus, que irrompe no mundo do homem através de sua revelação e palavra. A teologia de Barth é, por isso, a teologia da palavra. A revelação de Deus é o objeto da teologia. Barth centra toda a sua atenção na revelação e palavra de Deus na Bíblia.

3) Barth vê a revelação de Deus na Bíblia como algo dinâmico, não estático. A palavra de Deus, diz Barth, não é um objeto que nós controlamos como se fosse um corpo morto que podemos analisar e dissecar. Na realidade é como um sujeito que nos controla e atua sobre nós. E essa Palavra é capaz de nos fazer reagir de um jeito ou de outro.

4) A Palavra de Deus é o acontecimento mediante o qual Deus fala e se revela ao homem através de Jesus Cristo. E como isto se torna realidade? A Bíblia, Palavra escrita de Deus, é a testemunha do acontecimento da Revelação de Deus. O Antigo e o Novo Testamento colocam Jesus Cristo como o “Cordeiro de Deus”, anunciado por João Batista. Por isso, sem dúvida, desde seus primeiros anos como pastor, Barth teve sobre sua mesa a pintura de Grünewald em que João Batista mostra Jesus Cristo crucificado.

5) Hoje, através da Palavra proclamada, a Igreja é testemunha da Palavra revelada. Sua proclamação baseia-se na palavra escrita, a Bíblia. Deus serve-se desta palavra proclamada e escrita, e se transforma em palavra revelada de Deus, quando ele quer falar-nos através dela.

A ênfase da teologia de Barth está na revelação de Deus em Jesus Cristo. A única palavra de Deus está em Jesus Cristo. Toda relação de Deus com o homem se dá em Cristo e através de Cristo. Em sua forma negativa, isto significa a exclusão da teologia natural. Positivamente, tudo deve ser visto e interpretado a partir de Cristo ou, empregando a expressão barthiana, a partir da “concentração cristológica”. O pecado original não pode ser entendido independentemente de Cristo. A fé também não é fruto de um raciocínio nem está fundamentada em um sentimento subjetivo. “Em Jesus Cristo não há separação do homem de Deus, nem de Deus do homem.”

Barth prega que “a mensagem da graça de Deus é mais urgente que a mensagem da Lei de Deus, de sua ira, de sua acusação e de seu juízo”. A teologia de Barth exerceu e continua exercendo uma influência decisiva na constante procura da palavra autêntica e verdadeira de Deus. Sua condição de “crente” que não invoca nenhum mérito diante de Deus é o melhor estímulo para os cristãos de todos os tempos.

Produziu obra volumosa, ainda que sob poucos títulos:- Comentário à epístola aos romanos (1919);- O cristão na sociedade (1920);- A ressurreição dos mortos (1924);- A palavra de Deus e a teologia (1925);- A dogmática cristã (26 vols, 1932-1969);- A teologia protestante no século 19 (1947).

PENSAMENTOS DE KARL BARTH

“Devemos falar de Deus. Somos, porém, humanos e como tais não podemos falar de Deus. Devemos saber ambos, nosso dever e nosso não-poder, e justamente assim dar glória a Deus”

"Que o Pai ama o Filho e que o Filho é obediente ao Pai, que Deus se entrega ao homem neste amor e, nesta obediência, assume a baixeza do homem para elevá-la à sua altura, que o homem se torna livre neste acontecimento, pelo fato de escolher por sua vez a Deus que o elegeu, eis em absoluto uma história que não pode, como tal, ser interpretada por equívoco como uma causa imóvel que produz efeitos quaisquer"

"É preciso segurar numa mão a Bíblia e na outra o jornal".

"Tudo o que digo de Deus é um homem quem o diz".

"Se se nega a Trindade temos um Deus sem beleza".

"Igreja existe ali onde a pessoa humana presta ouvidos a Deus"

"O culto constitui a ação mais momentosa, mais urgente e mais gloriosa que pode acontecer na vida humana".

"Que Deus enquanto Deus seja capaz de tal condescendência, de tal rebaixamento de si mesmo, que esteja disposto e pronto para isto: eis aí - o que muitas vezes se desconhece neste caráter concreto - o mistério da 'divindade de Cristo'"

"Precisa morrer em Cristo o homem que escolhe para si o materialismo, lendas e fábulas ou a transitoriedade do mundo; o homem que se esquece que nada tem que não tivesse recebido e precisasse receber novamente de Deus; o homem que quer safar-se do paradoxo da fé; o homem que já não quer, ou que ainda não quer, abrir mão de sua confiança na sabedoria, na ciência, nas coisas certas e palpáveis do mundo, e do conforto que este oferece, para depender exclusivamente da graça de Deus. Precisa morrer em Cristo o homem que tenha qualquer outro pretexto para se apoiar, que não seja 'esperança'."

"Justamente de Jesus Cristo, não sabemos nada de tão certo quanto isto: em uma livre obediência a seu Pai, escolheu ser homem e, como tal, fazer a vontade de Deus"

"Eis, portanto, qual é a realidade de Jesus Cristo: Deus mesmo em pessoa está presente e age na carne. Deus mesmo em pessoa é o sujeito de um ser e de um agir realmente humanos. E é justamente assim, e não de outra forma, que este ser e este agir são reais. É um ser e um agir autêntica e verdadeiramente humanos... Sua humanidade (de Jesus) não é senão o atributo da sua divindade, ou antes, em termos concretos: ela não é senão o atributo, assumido no decurso de um rebaixamento incompreensível, da Palavra que age em nós e que é o Senhor".

"Como filho do homem e portanto como ser humano, Jesus Cristo só existe pela ação de Deus: pelo fato de ser primeiramente o Filho de Deus... Mas a humanidade de Jesus, em si e como tal, seria um atributo sem sujeito".

jazz

Os melhores do jazz em 2008 - The Best Jazz of 2008!

A seleção dos “melhores do jazz”, feita pelo historiador Arnaldo DeSouteiro, publicada pela primeira vez em 1979, chega ao 30º ano. Chick Corea (foto), Airto Moreira, Claus Ogerman, Raul de Souza, Gene Bertoncini e Carla Bley estão entre os artistas que brilharam em 2008.
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The 30th Annual Jazz Station Poll results by Brazil-born jazz historian & jazz educator Arnaldo DeSouteiro


(Chick Corea at the 2008 Montreux Jazz Festival, performing with RTF)

Esta é a lista dos que mais se destacaram, em 2008, no panorama jazzístico internacional. Atendendo aos pedidos dos leitores, que desde 1979 acompanham essa votação, incluímos – após o nome do primeiro colocado em cada categoria – o título do disco pelo qual o artista foi avaliado, com base apenas em lançamentos realizados no decorrer deste ano. A queda nas vendas foi violenta em 2008 mas, paradoxalmente, o número de edições e reedições aumentou muito.

Para variar, foram necessárias várias semanas para a preparação de todas estas listas, reouvindo discos, revendo DVDs, checando fichas técnicas e, às vezes, reavaliando opiniões. Tudo isso com o objetivo de fornecer o mais fiel possível retrato do cenário jazzístico em 2008, a partir de bases reais de análise. O que significa, por exemplo, que artistas que não lançaram novos trabalhos este ano, seja como líderes ou sidemen, tornaram-se, por mais geniais que sejam, automaticamente inelegíveis. Tal critério explica a ausência de feras como Diana Krall, Mark Murphy, Urbie Green, Hubert Laws e Andy Bey, que, apesar de terem realizado muitos shows, não lançaram novos trabalhos em 2008.

Explicando alguns critérios para melhor compreensão da lista, vale ressaltar que nem sempre um disco no qual certo artista tem uma grande performance (Ron Carter em “Jazz & Bossa”, por exemplo) é um álbum fabuloso. Isto explica porque Ron aparece em primeiro lugar na categoria de “contrabaixo” (ninguém teve uma performance tão fantástica neste instrumento em 2007), embora o disco não mereça figurar entre os melhores CDs. Aí estão os resultados completos:

Piano acústico/Acoustic Piano: 1º Ahmad Jamal (“It’s Magic” - Dreyfus); 2º Chick Corea; 3º Danilo Perez; 4º Keith Jarrett; 5º Dave Brubeck
Piano elétrico/Electric Piano: 1º Chick Corea (“The Boston Three Party” – Stretch); 2º Jaume Vilaseca; 3º Dawn Clement; 4º Alberto Bonomi; 5º Koichi Sato
Órgão/Organ: 1º Barbara Dennerlein (“Spiritual Movement No. 2” - Bebab); 2º Larry Goldings; 3º Chris Foreman; 4º Joey DeFrancesco; 5º Tony Monaco
Teclados/Keyboards: 1° Hans-Peter Pfammatter (“Nu-Gara” com Scope – Veto); 2º Chick Corea; 3º Alex Maguire; 4º Yumi Hara Cawkwell; 5º Lelo Nazario
Contrabaixo/Acoustic Bass: 1º Ron Carter (“Jazz & Bossa” – EMI); 2º Eddie Gomez; 3º Dave Holland; 4º James Cammack; 5º Avery Sharpe
Baixo Elétrico/Electric Bass: 1º Stanley Clarke (“Returns” com Return To Forever - Eagle); 2º Steve Swallow; 3º Marcus Miller; 4º Richard Bona; 5º Nathan East
Bateria/Drums: 1º Airto Moreira (“The Boston Three Party” com Chick Corea & Eddie Gomez – Stretch); 2º Idris Muhammad; 3º Lenny White; 4º Steve Gadd; 5º Bill Stewart
Percussão/Percussion: 1º Airto Moreira (“The Boston Three Party” – Stretch); 2º Marilyn Mazur; 3º Anant Sivamani; 4º Manolo Badrena; 5º Steve Berrios
Vibrafone/Vibes: 1º Gary Burton (“The New Crystal Silence” com Chick Corea – Stretch); 2º Joe Locke; 3º Stefon Harris; 4º Steve Nelson; 5º Mike Mainieri
Diversos/Miscellaneous Instruments: 1° Daniel Smith – fagote (“Blue Bassoon” – DS); 2º Niladri Kumar – cítara elétrica; 3º Bela Fleck - banjo; 4º Rabih Abou-Khalil – oud; 5º Xie Tao- gusheng
Violão/Acoustic Guitar: 1º Gene Bertoncini (“Concerti” – Ambient); 2º Toninho Horta; 3º Al DiMeola; 4º Felipe Avila; 5º Ralph Towner
Guitarra/Electric Guitar: 1º John McLaughlin (“Floating Point” - Abstract Logix); 2º Al DiMeola; 3º Larry Coryell; 4° Pat Metheny; 5º Kenny Burrell
Violino/Violin: 1º Christian Howes (“Heartfelt” – Resonance); 2º Jenny Scheimann; 3º John Blake; 4º Didier Lockwood; 5º Billy Bang
Flauta/Flute: 1° Jamie Baum (“Solace” – Sunnyside); 2º Nicole Mitchell; 3º James Moody; 4º Charles Lloyd; 5º Yusef Lateef
Clarinete-Clarone/Clarinet-Bass Clarinet: 1º Lucien Dubuis (“Nu-Gara” com Scope – Veta); 2° Klaus Gesing; 3º John Ruocco; 4º George Garzone; 5º Buddy DeFranco
Trompete/Trumpet: 1º Tim Hagans (“Alone Together” - Pirouet); 2º Randy Brecker; 3º Lew Soloff; 4º Arturo Sandoval; 5º David Weiss
Flugelhorn: 1º Marvin Stamm (“Fantasy” com The Inventions Trio - Palmetto); 2º Till Bronner; 3º Tom Harrell; 4º Kenny Wheeler; 5º Freddie Hubbard
Trombone: 1º Raul de Souza (“Soul & Creation” – PAO); 2º Gary Valente; 3º Sam Burtis; 4º Steve Turre; 5º Conrad Herwig
Sax Soprano: 1º Jane Ira Bloom (“Mental Weather” – Outline); 2º Dave Liebman; 3º Klaus Gesing; 4º Jan Garbarek; 5º Graeme Blevins
Sax Alto: 1º Kenny Garrett (“Sketches of MD” – Mack Avenue); 2º Phil Woods; 3º Bud Shank; 4º Wolfgang Puschnig; 5º Lee Konitz
Sax Tenor: 1º Sonny Rollins (“Road Shows Vol. 1“ – Doxy); 2º Andy Sheppard; 3º JD Allen; 4º Joe Lovano; 5º Houston Person
Sax Barítono: 1º James Carter (“Present Tense” – EmArcy); 2º Joe Temperley; 3º Julian Arguelles; 4º Chris Caldwell; 5º Ronnie Cuber
Cantor/Male Singer: 1º Tony Bennett (“A Swingin’ Christmas” - Sony); 2º Al Jarreau; 3º Boris Savoldelli; 4º Ed Reed; 5º Kurt Elling
Cantora/Female Singer: 1º Norma Winstone (“Distances” - ECM); 2º Cassandra Wilson; 3º Dianne Reeves; 4º Diane Hubka; 5º Judi Silvano
Grupo Instrumental/Instrumental Group: 1º Return To Forever (“Returns” – Eagle); 2º Manhattan Jazz Quintet; 3º The Marty Sheller Ensemble; 4º Soft Machine Legacy; 5º Scope
Grupo Vocal/Vocal Group: Take 6 (“The Standard” - Heads Up); 2º Manhattan Transfer; 3º New York Voices; 4º Moss; 5º Hendricks and Company
Banda/Big Band: 1º Carla Bley (“Appearing Nightly” - WATT); 2º NDR Big Band; 3º Bob Mintzer Big Band; 4º The Vanguard Jazz Orchestra; 5º WDR Big Band
Compositor/Composer: 1º Gene Perla (“Bill’s Waltz” – PM); 2º Carla Bley; 3º Marty Sheller; 4º Maria Schneider; 5º Chick Corea
Arranjador/Arranger: 1º Claus Ogerman (“Across The Crystal Sea” com Danilo Perez – Decca); 2º Carla Bley; 3º Gene Perla; 4º Carlos Franzetti; 5º Marty Sheller
Engenheiro de som/Engineer: 1º Mark Conese (“Concerti” com Gene Bertoncini - Ambient); 2º Al Schmitt; 3º Rudi Grosser; 4º Jim Anderson; 5º Rudy Van Gelder
Revelação/New Talent: 1º Pablo Held – piano/compositor (“Forest of Oblivion” – Pirouet); 2º Lauren Sevian – sax barítono; 3º Hadrien Feraud – baixo elétrico; 4º Richie Barshay – bateria/percussão; 5º Xie Tao - gusheng
Produtor/Producer: Tommy LiPuma ("Across The Crystal Sea" - Decca)
Artista do ano/Artist of the Year: Chick Corea – pela reunião do “Return To Forever”, que gerou uma coletânea retrospectiva, dois CDs e um DVD (a ser lançado em 2009); pela monumental caixa “Five Trios Box” que incluiu o espetacular CD “The Boston Three Party”; e ainda pelos novos projetos com Hiromi e Gary Burton.

Os 10 melhores CDs instrumentais
The Best 10 Jazz Instrumental CDs
Danilo Perez & Claus Ogerman: “Across the crystal sea” (Decca)
Gene Perla, Elvin Jones & Don Alias: “Bill’s Waltz” (PM)
Carla Bley Big Band: “Appearing nightly” (WATT)
Sonny Rollins: “Road Shows Vol. 1” (Doxy)
Gene Bertoncini: “Concerti” (Ambient)
Chick Corea, Eddie Gomez & Airto Moreira: “The Boston Three Party” (Stretch)
Tim Hagans: “Alone Together” (Pirouet)
Delta Saxophone Quartet: “Dedicated to you - The music of Soft Machine” (MoonJune)
Bill Mays & The Inventions Trio: “Fantasy” (Palmetto)
John Stein: “Encounterpoint” (Whaling City Sound)






Os 10 melhores CDs vocais
The Best 10 Vocal Jazz CDs
Norma Winstone: “Distances” (ECM)
Cassandra Wilson: “Loverly” (Blue Note)
Dianne Reeves: “When You Know” (Blue Note)
Roseanna Vitro & Delirium Blues Project: “Serve or Suffer” (Half Note)
Diane Hubka: “I Like It Here/Live in Tokyo” (SSJ)
Anna Luna: “Sketches” (New Mood Jazz)
Judi Silvano & Cleome: “Live Takes” (JSL)
Boris Savoldelli: “Insanology” (Mousemen/BTF)
Ed Reed: “The Song Is You” (Blue Shorts)
Take 6: “The Standard” (Heads Up)



Os 10 melhores DVDs
The Best 10 Jazz DVDs
Mahavishnu Orchestra: “Live at Montreux 1984/1974” (ST2)
Quincy Jones: “50 Years in Music – Live at Montreux 1996” (ST2)
Chet Baker: “Let’s Get Lost” (Metrodome)
Duke Ellington: “At The Côte d’Azur/The Last Jam Session” (ST2)
Herbie Hancock: “The New Standard All-Stars in Japan” (JazzDoor)
Steps Ahead: “At Mount Fuji Jazz Festival” (JazzDoor)
Bob James: “Angels of Shangai Live” (VAM)
Friedrich Gulda, Herbie Hancock & Joe Zawinul: “For Rico” (Tribal Blast)
João Donato & Bud Shank: “Ao Vivo no Rio” (Biscoito Fino)
Chick Corea: “Hidden Archives” (Tribal Blast)





Projetos Especiais/Caixas/Reedições
Special Projects/Box Sets/Reissues
Art Pepper: “Unreleased Art, Vol. III: The Croydon Concert” (Widow’s Taste)
Dave Brubeck: “Live at the Monterey Jazz Festival 1958-2007” (MJF)
Chick Corea: “Five Trios Box” (Stretch)
Gary McFarland & Gabor Szabo: “Summer Sketches” (Cherry Red)
Albert Mangelsdorff: “Originals Vol. 1” (MPS)
Miles Davis: “Kind of Blue – 50th Anniversary Collector’s Edition” (Legacy)
George Duke: “My Soul – The Complete MPS Fusion Recordings” (MPS)
Joe Farrell Quartet: “Hurricane Joe!” (Hannibal)
Monty Alexander: “Alexander The Great” (MPS)
Return To Forever: “The Anthology” (Concord)
Peter Herbolzheimer: “Big Band Man – The MPS & Polydor Studio Recordings” (Universal)
Anthony Brown’s Asian American Orchestra: “Ten” (Water Baby)
George Shearing/Niels Pedersen/Louis Stewart: “The MPS Trio Sessions” (MPS)
Mario Castro-Neves & His Orchestra: “Brazilian Mood” (Decca/Vocalion)
Baden Powell: “The Legendary MPS Albums” (MPS)






Melhor Livro/Best Jazz Book
Scott Yanow: “The Jazz Singers – The Ultimate Guide” (Backbeat Books)
In memoriam: Freddie Hubbard, Teo Macero, Neal Hefti, Joe Beck, Hiram Bullock, Jimmy Cleveland, Johnny Griffin, J.T. Meirelles, Enio Santos, Jimmy McGriff, Phil Bodner, Butch Cornell, K. Abe, Bob Florence, Tony Reedus, Miriam Makeba, Israel "Cachao" López, Ray Ellis, Jo Stafford, Dave McKenna, Bobby Durham, Dave Carpenter, Ronnie Matthews, Jimmy Giufree, Lee Young, Joe Cocuzzo, Bill Reichenbach, Esbjorn Svensson, Bill Finegan, Chauncey Welsch, Gene Puerling, Dennis Irwin, Walter Santos, Bobby Tucker, Allan Ganley, Ozzie Cadena, Buddy Miles, Pete Candoli, Araken Peixoto, Warren Brown, William Claxton, Omar Clay, Nappy Brown, George Davis, Gayle Dixon, Mel Graves, John Edward Greeley, Connie Haines, Neal Hefti, Paul Landerman, Norman Hedman, Prince Lasha, John Osnes, Earl Palmer, Ancha Parghel, John Pearse, Joe Romano, Mary Ann Russo, Rosetta Reitz, Merl Saunders, David Sibley, Yma Sumac, Herbie Steward, Richard Sudhalter, Nelson Symonds, Frankie Tam, Andrew "Mike" Terry, Lawrence Wheatley, Peter Wyboris, Wilbert Arnold, Page Cavanaugh, Buddy Charles, Arnie Chycoski, Kenn Cox, Dick Dickinson, Davy Graham, Lars Hollmer, Frances Lynne, Jimmy Minger, Derek Moore, Al Nori, Norman Perrin, Jack Quigley, Lita Roza, Robert Ward, Guy Warren, Monty Waters, Klaus Weiss.

melhores de 2008

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Jazz, Bossa & Beyond

Monday, December 29, 2008
The 30th Annual Jazz Station Poll - The Best Jazz of 2008!

Os melhores do jazz em 2008 - The Best Jazz of 2008!

E AI PESSOAL....

Esta semana vai dar para a gente postar algumas informaçoes legais.
Estou agora de folga da Faculdade.

sábado, 8 de agosto de 2009

IGREJA DA FÉ DO BRASIL EM GUARÁ- avenida Antônio Ribeiro dos Santos

A Igreja da Fé nasceu na cidade do Recife, no Estado de Pernambuco, no bairro de Afogados, sob uma tenda com capacidade para trezentas pessoas. A Igreja da Fé é uma igreja pentecostal, que tem como fundamentos principais a evangelização, salvação, cura, libertação e operação de milagres no nome do Senhor Jesus.

Ao longo dos anos, o trabalho cresceu e se espalhou pelo país, tendo hoje alcançado os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, com sua maior concentração no Estado de São Paulo, onde foi erguida a primeira tenda, denominada como Tenda da Fé situada no bairro do Jabaquara.
Dali mudamos para a rua dos Democratas, indo em seguida para o bairro da Água Funda seguindo dali outras tendas que, originaram outras IGREJAS em vários bairros.


Situadas : Liberdade(sede), Jd Guacuri, Americanópolis. Na grande São Paulo como em: Osasco, Diadema,Hortolândia, Monte Mor. E também no interior de SP: Ribeirão Preto, Guará, Barretos, Bebedouro Colinas, Araminas, Ituverava e Severinia.

Todas as igrejas tiveram suas origens embaixo de tendas, onde existe hoje um templo, era antes uma tenda surgindo assim, o ministério da Igreja da Fé.


Hoje composto de oitenta Igrejas, cujo ministério é liderado por uma diretoria e um conselho administrativo.


Pastora e fundadora Elza Brooks, que ocupa o cargo de presidente do ministério e tendo como vice o Pastor Mauricio Ferreira que também é o Pastor da Igreja situada no bairro da Liberdade, denominada de Igreja mãe ou Igreja central do ministério, ainda compondo a diretoria do ministério sendo:

1º e 2º secretários:
Co-Pastora Antonia Alaide
Pastor Edvaldo Barbosa.

Tesoureiros:
Pastor Josebias Soares
Pastor José Aparecido.

E os conselheiros:
Pastor José Lazaro,
Pastor Sebastião.

Pr. José de Souza



Como igreja atuante, a Igreja da Fé é formada por vários departamentos, e tem por finalidade alcançar mais almas para o reino do Senhor.

Como departamento feminino, que foi criado como objetivo de preparar a mulher para ser ajudadora no reino, servindo e desempenhando um papel de Débora, que orientada por seu marido tornou-se uma mulher notável na sua época.

O departamento da juventude, que tem como objetivo fortalecer, crescer na graça e no conhecimento da palavra de Deus, atraindo outros jovens para o Senhor Jesus.

O departamento infantil e também composto pelo infanto juvenil que tem como objetivo embazar as crianças na estrutura Cristã para que no futuro seja uma geração forte e feliz no Senhor Jesus e por uma Igreja do futuro que é formada por pré adolescente.

Os departamentos infanto juvenil e infantil são dirigidos por pessoas que entre outros ensinamentos,ensinam essas vidas a servirem ao Senhor.

sábado, 25 de julho de 2009

JÜRGEN MOLTMANN (1926-)

Muitos teologos brasileiros apoiam e sustentam os pensamentos deste grande teologo
Jürgen Moltmann é um dos principais teólogos Luteranos contemporâneos. Ele nasceu em 1926 em Hamburgo, Alemanha. Moltmann lutou na II Guerra, foi feito prisioneiro pelos ingleses e foi levado para um campo de concentração na Inglaterra. Moltmann de 1945-1948, esteve prisioneiro dos aliados na Bélgica e na Inglaterra. Esses anos de prisão levaram-no a refletir sobre o sentido da vocação cristã. Em 1948 voltou a Alemanha e foi estudar teologia. A partir de 1952, atuou como pastor da Igreja Luterana. Desde 1967, foi professor de teologia sistemática na Universidade de Tubinga. Moltmann é um escritor prolífico, centrado integralmente em “olhar a teologia sob um ponto de vista particular: a esperança. É uma contribuição sistemática à teologia, na qual considera o contexto e a correlação que os diferentes conceitos têm no campo da teologia”.Moltmann dedicou-se e ainda se dedica a lecionar teologia em universidades. Moltmann é o criador da 'Teologia da Esperança', em que desenvolve as idéias da realização do Reino, como promessa fundamental de Deus. Ele também destaca muito a importância do mistério da cruz. Moltmann é casado e tem quatro filhos.
Suas principais obras são:

- Teologia da Esperança;
- O Deus Crucificado;
- A Igreja na Força do Espírito;
- Conversão ao Futuro.

Suas obras:

Teologia da esperança (1964), que o torna conhecido como um dos grandes teólogos de hoje na linha de Barth e de Bultmann. Nela confirma a importância que a escatologia tem na doutrina do Novo Testamento; a escatologia, não como crença em fatos concretos que devem acontecer nos finais dos tempos, mas como fator que modela toda a teologia cristã. Tal perspectiva escatológica do cristianismo é interpretada como promessa, como plataforma para a futura esperança. É base para uma transformação antecipada do mundo da nova terra prometida. A meta da missão cristã não é simplesmente uma salvação individual, pessoal, nem sequer espiritual; é a realização da esperança da justiça, da socialização de toda a humanidade e da paz do mundo. Esse outro aspecto de reconciliação com Deus pela realização da justiça foi descuidado pela Igreja. A Igreja deve trabalhar por essa realização, baseada na esperança futura.

O Deus Crucificado (1972) expõe a doutrina de Deus a partir da perspectiva da cruz. O Deus cristão é um Deus que sofre de amor. Não é um sofrimento imposto de fora — pois Deus é imutável —, mas um sofrimento de amor, ativo. É um sofrimento aceito, um sofrimento de amor, livre, ligado ao Deus sofredor de Auschwitz e do extermínio judeu. A esse livro deve-se acrescentar A Igreja no poder do Espírito (1975). Neste estuda a atividade reconciliadora de Deus no mundo, vista sob a perspectiva da Ressurreição, da Cruz e de Pentecostes. “A Igreja — diz Moltmann — deve estar aberta a Deus, aos homens, e aberta ao futuro tanto de Deus quanto dos homens. Isso pede da Igreja não uma simples adaptação às rápidas mudanças sociais, mas uma renovação interior pelo Espírito de Cristo e a força do mundo futuro.” Isso faz com que a Igreja tenha de ser Igreja de Jesus Cristo e Igreja missionária. Deve ser também uma Igreja ecumênica, que quebre as barreiras entre as Igrejas. E deve ser também política: a dimensão política — agrade ou não — sempre existiu nela. A Teologia da Libertação ensina a Igreja a tomar partido pelos pobres e humilhados deste mundo.

Finalmente, em A Trindade e o Reino de Deus (1980) estuda o mistério da Trindade de Deus fazendo “uma história trinitária”. Examina a paixão de Cristo e vê, no abandono de Cristo na cruz por Deus, o centro da fé cristã. “Deus é abandonado por Deus.” Apóia a sua doutrina social na “Doutrina Trinitária do Reino”, baseada nas idéias de Joaquim de Fiore, elaborando assim uma “Doutrina Trinitária da Liberdade”.
A obra de Moltmann pressupõe uma revitalização e um aprofundamento da teologia cristã.

PENSAMENTOS DE JÜRGEN MOLTMANN

"Cristo veio e se sacrificou para reconciliar o mundo inteiro. Ninguém fica excluído".

"Nós não somos só os intérpretes do futuro, mas já somos os colaboradores do futuro, cuja força, na esperança como realização, é Deus".

"Por 'Reino de Deus', nós entendemos o cumprimento escatológico do senhorio histórico-libertador de Deus. Seria unilateral ver o senhorio de Deus somente no seu reino perfeito, como também geraria muitos equívocos uma equiparação entre Reino de Deus e o domínio que Deus exerce atualmente. Em seu Reino, Deus reina de modo incontrastado, universal e em toda a clareza".

"A mediação entre a tradição do cristianismo e a cultura do tempo presente é a tarefa mais importante da teologia. Sem uma conexão viva com as possibilidades e os problemas do homem de hoje, a teologia cristã torna-se estéril e irrelevante. Mas, sem uma referência à tradição cristã, a teologia torna-se oportunista e acrítica".

"Deus não está presente em algum lugar do além: Ele vem, e é tal que está presente. Prometendo um mundo novo - o da vida, da justiça e da verdade universais -, ele questiona constantemente este mundo presente, através desta promessa: não que, para aquele que tem esperança, este mundo presente não seja nada; mas ele ainda não é aquilo que tem a perspectiva de ser. Assim questionados, o mundo e a condição humana acorrentada a este mundo se tornam históricos, pois são colocados em xeque e em crise por causa do futuro prometido. Lá onde começa o novo, o antigo se torna manifesto. Lá onde é prometido o novo, o antigo se torna passageiro e superável. Lá onde se espera e se aguarda o novo, o antigo pode ser abandonado. Assim a 'história' aparece, em função do seu fim, naquilo que se opera graças à promessa, naquilo que esta promessa - que caminha para frente e ilumina o caminho - permite perceber. A escatologia não desaparece nas nuvens de areia da história, senão que mantém a história viva na crítica e na esperança; aescatologia é algo como as nuvens de areia da história vindas de longe".

"Se a revelação do Ressuscitado está aberta para o seu próprio futuro e para a sua promessa, esta abertura para o futuro transcende toda a história consecutiva da Igreja, tem sobre ela uma superioridade absoluta. A recordação da promessa acontecida - recordação de um advento, e não de um evento passado - afunda como uma lasca na carne de cada (momento) presente e o abre para o futuro".

"... este evento, que se pode apreender através da Crucifixão e das aparições pascais... remete retrospectivamente para as promessas de Deus e direciona para frente em direção a um 'eschaton': a revelação da sua divindade em todas as coisas. Ele deve, pois, ser entendido como o advento escatológico da fidelidade de Deus, mas também como a garantia escatológica da sua promessa e como o início da consumação".

"A soberania do Cristo crucificado por motivo político só pode estender-se através da libertação em relação às formas do poder que mantém os homens em tutela e os tornam apáticos, e através da evacuação das religiões políticas que lhes dão sustentação. A consumação do Reino de liberdade de Jesus deve, segundo Paulo, aniquilar todo poder, toda autoridade e toda potência, que ainda são inevitáveis aqui na terra, e suprimir as apatias e as alienações que lhes correspondem. Os cristãos procurarão, de acordo com as possibilidade presentes, antecipar o futuro de Cristo, destruindo todadominação e construindo a vida política de cada um".

"Jesus não viveu como uma pessoa privada... senão que, quanto possamos saber pelas fontes, viveu como uma personalidade pública, da proximidade do seu Deus e Pai para o seu Reino vindouro".

"Só compreendemos o caráter peculiar da sua morte se compreendermos o seu abandono por parte do seu Deus e Pai, do qual ele havia pregado a proximidade de uma forma única, benévola e solene. O caráter único do abandono por Deus, no qual Jesus morreu, guarda relação com o caráter únicoda sua comunhão com Deus na sua vida e na sua pregação. Trata-se de algo mais do que - e de algo diferente de - um 'desabamento' e de um 'fracasso'".

"Deve-se dizer, portanto: sua morte na cruz é o 'significado' da sua ressurreição por nós... (Pois) o Reino vindouro, cuja certeza os discípulos encontram nas aparições pascais de Cristo, assumiu a partir de agora, através de Cristo, a forma da cruz em um mundo alienado. A cruz é a forma do Reino redentor que vem, e o Crucificado é a encarnação do Ressuscitado. No Crucificado, o 'fim da história' está presente dentro da realidade da história. Nele se encontram, portanto, a reconciliação no meio do conflito e a esperança de superar o conflito".

"O Deus da liberdade, o verdadeiro Deus não se reconhece pelo seu poder e sua glória no mundo e na história do mundo, mas pela sua impotência e sua morte no patíbulo de infâmia da cruz de Jesus".

"O princípio material da doutrina trinitária é a cruz de Cristo. O princípio formal do conhecimento da cruz é a doutrina trinitária".

"Pois Jesus aceita morrer abandonado, não sofre a morte como tal, já que não se pode 'sofrer' a morte, pois o sofrimento supõe a vida. Mas o Pai, que o abandona e o entrega, sofre pela morte do Filho na dor infinita do amor".

"O que procede deste evento entre o Pai e o Filho é o Espírito que justifica os ímpios, que enche de amor os abandonados, que até aos mortos dará a vida - pois nem o fato da morte deles pode excluí-los deste acontecimento da cruz, senão que a morte em Deus também os inclui".

"O Crucificado não desaparece quando vem o cumprimento, senão que antes se torna o fundamento da existência salva em Deus, e na inabitação de Deus em todos".

“Deus, sendo amor, só pode ser testemunhado e experimentado em uma congregação pequena o bastante para que os membros se conheçam e se aceitem uns aos outros, assim como são aceitos por Cristo. O evangelho do Cristo crucificado por nós põe termo à religião como potência e abre apossibilidade de experimentar a Deus, no âmbito da comunidade genuína, como o Deus de amor”.

"O caminho para uma unidade que seja aceitável por todos está dificultado tanto pelo centralismo papal e pelo uniformismo romano, por um lado, como, por outro, pela dispersão protestante e, em último lugar, pela auto-suficiência ortodoxa".

"Por meio de subverter e demolir todas as barreiras - sejam da religião, da raça, da educação, ou da classe - a comunidade dos cristãos comprova que é a comunidade de Cristo. Esta, na realidade, poderia tornar-se a nova marca identificadora da igreja no mundo, por ser composta, não de homens iguais e de mentalidade igual, mas, sim, de homens dessemelhantes, e, na realidade, daqueles que tinham sido inimigos... O caminho para este alvo de uma nova comunidade humanista que envolve todas as nações e línguas é, porém, um caminho revolucionário".

"Se a promessa é considerada como promessa de Deus, então não pode ser verificada segundo os critérios humanos. A plenificação da promessa pode conter o novo, mesmo dentro do esperado, e superar na realidade o pensado em categorias humanas [...]. O ainda-não da expectação ultrapassa todo cumprimento já sobrevindo. Por isso, toda realidade de cumprimento, sobrevinda já agora, se transforma na confirmação, interpretação e libertação de uma esperança maior [...]. A razão da constante mais-valia da promessa e de seu permanente superávit acima da história reside no caráter inexaurível do Deus da promessa".

“O cristianismo é total e visceralmente escatológico, e não só a modo de apêndice (...). O
escatológico não é algo que adere ao cristianismo, mas simplesmente o meio em que se move a fé
cristã, aquilo que dá o tom a tudo que há nele. Como a fé cristã vive da ressurreição do Cristo
crucificado, ela não pode ser simplesmente parte da doutrina cristã. Ao contrário, toda a pregação cristã tem uma orientação escatológica”.

Olhos que não enxergam

fonte:Russell Shedd




A cegueira espiritual é semelhante à tentativa de discernir a tridimensionalidade do mundo a partir de uma fotografia




“Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’?” (Jo 14.9, NVI). É de conhecimento comum que os descrentes sofrem de uma cegueira espiritual induzida pelo “deus deste mundo” (2Co 4.4). Mas essas palavras de Jesus revelam a possibilidade de estar com Cristo sem conhecê-lo. Deve ser comparável ao galho na Videira (Cristo) que não produz fruto; conseqüentemente, sofre a desgraça da remoção e ser lançado no fogo.
Os deficientes visuais sabem que são distintos dos outros que gozam da visão boa. Os tristes seres humanos, aflitos com cegueira física, reconhecem seu isolamento num mundo escuro. Podem tentar imaginar este belíssimo mundo, invisível para eles, exuberante e com vivas cores, vistas empolgantes de montanhas, rios, oceanos e rostos expressivos. Temos pena dos que nunca tiveram a oportunidade de se deliciar com a vista perfeita. Mas deficiência física é muito menos sério do que a cegueira espiritual. A escuridão condena todos os que não têm fé a concluir que o mundo físico é tudo que há. A glória do Criador se percebe pela fé, de modo que todos os sinais da glória e da majestade do seu poder e inteligência inseridos neste mundo se perdem na cegueira do materialista.
C.S. Lewis comparou a tentativa de comunicar a existência do mundo espiritual a um incrédulo a uma criatura que em toda sua vida experimentou apenas duas dimensões. Alguém que tenta explicar as três dimensões do mundo real por uma fotografia acha que o triângulo é um caminho e outro triângulo, uma montanha. O indivíduo limitado às duas dimensões fracassa completamente ao tentar compreender a realidade que a fotografia representa. Como um cão que fareja o dedo da pessoa apontando um suculento pedaço de carne, em vez de virar a cabeça, o homem preso à compreensão materialista do mundo acha que toda essa realidade de Deus, salvação e Céu não passam de imaginação fértil do crente.
Mais complexo é o caso do cristão com olhos abertos, mas incapaz de ver. Paulo ora pelos efésios, rogando a Deus pela iluminação dos olhos a fim de que eles “conheçam a esperança à qual ele os chamou”. Escreveu John H. Newman: “Abençoados aqueles que finalmente verão aquilo que olho mortal não tem visto e somente a fé goza. Aquelas coisas maravilhosas do novo mundo já existem agora como serão então. São imortais e eternos; e as almas que então serão feitos conscientes delas, as verão em sua tranqüilidade e majestade aonde nunca chegaram. Mas quem é capaz de expressar a surpresa e o arrebatamento que descerão sobre aqueles que finalmente os conhecerão pela primeira vez? Quem pode imaginar, por uma extensão da imaginação, os sentimentos daqueles que, tendo morrido na fé, acordam para júbilo? A vida, então iniciada, durará para sempre; porém, se a memória for para nós então o que é para nós agora, aquele dia será um dia para ser muito celebrado para o Senhor durante todas as eras da eternidade” (Dia 153, Diary of Readings, ed. J.Ballie, 1955).
A falta de ver essa gloriosa realidade escatológica torna esta vida uma cena de competição, ambição e desespero. Crentes se desviam por falta de visão do futuro que não vêem e nem imaginam. Faltando iluminação nos olhos espirituais, ficam presos ao mundo material temporário. Transferem os valores do Céu para a Terra e interpretam a prosperidade em termos financeiros e passageiros. Seguir a recomendação de Jesus parece loucura. “Não acumulem para vocês tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem destroem, e onde os ladrões arrombam e furtam”, em vez de acumular tesouros nos céus. Isto faz sentido somente para quem tem uma visão clara da realidade além deste mundo material.
A Deus toda a glória!




Russell P. Shedd é PhD em Novo Testamento pela Universidade de Edimburgo (Escócia). Fundou a Edições Vida Nova há mais de 40 anos e atualmente é consultor da Shedd Publicações. É missionário da Missão Batista Conservadora no Sul do Brasil e trabalha em terras brasileiras há vários décadas. Lecionou na Faculdade Teológica Batista de São Paulo e viaja pelo Brasil e exterior participando de conferências em congressos, igrejas, seminários e faculdades de Teologia. É autor de vários livros, entre os quais estão A Justiça Social e a Interpretação da Bíblia, Disciplina na Igreja, A Escatologia do Novo Testamento, A Solidariedade da Raça, Justificação, A Oração e o Preparo de líderes cristãos, Fundamentos Bíblicos da Evangelização, Teologia do Desperdício, Criação e Graça: reflexão sobre as revelações de Deus, todos publicados pelas Edições Vida Nova ou pela Shedd Publicações. Além disso, é autor dos comentários da Bíblia Shedd (Vida Nova).

terça-feira, 21 de julho de 2009

O PENSAMENTO TEOLÓGICO DE JOHN WESLEY

Jonh Wesley (1703-1791) e o metodismo

O movimento puritano foi a tentativa de reforma na teologia e prática da Igreja Anglicana, e aconteceu entre os séculos XVI e XVIII. Uma nova reação se dará contra a Igreja Anglicana, e acontecerá no Século XVIII, capitaneada por John Wesley. A partir das idéias de Wesley surgirá a Igreja Metodista, que possuirá ênfases teológicas próprias. Wesley nunca quis fundar uma nova Igreja, ele morreu como anglicano, o surgimento dos metodistas será com os discípulos de Wesley, que levarão as idéias do mestre as últimas consequências. A marca da teologia de Wesley é o "arminianismo de coração". Os puritanos eram marcados por uma teologia extremamente calvinista, Wesley optou pela teologia arminiana. Os arminianos ingleses eram conhecido como "arminianos de mente", pois eram extremamente racionalistas, com Wesley a teologia arminiana encontra-se com a teologia pietista, por isso podemos falar de um "arminianismo do coração".[8]

Uma rápida biografia

Os pais de Wesley eram Samuel e Sussana Wesley, cristão fervorosos da Igreja Anglicana. Na infância Wesley passou por uma situação extremamente difícil, quando sua casa pegou fogo, e ele uma criança de 5 anos ficou preso nas chamas. Ele acabou sendo libertado desta situação difícil, e sua mãe sempre se referia ao filho como um "tição arrancado das chamas". Wesley estudou em Oxford, e portanto teve uma excelente formação teológica. Lá ele se juntará ao seu amigo George Whitefield (1714-1770), os dois se tornarão nos grandes pregadores do Século XVIII na Inglaterra. Os dois mais Charles Welsey, irmão de John, fundarão os "clubes santos", que eram grupos para o estudo bíblico devocional, influência que veio dos "colegia pietatis" dos pietistas alemães. Em razão do seu método rigoroso de oração e estudo bíblico, eram também conhecidos como "metodistas".[9]

Já como pastor anglicano, Wesley empreendeu uma viagem aos EUA, para então atuar lá como ministro religioso. A viagem será extremamente turbulenta, e Wesley se desespera em meio a uma tempestade. No navio havia uma grupo de cristãos morávios, portanto pietistas alemães, que cantavam em meio a tempestade. Wesley ficou impressionado com o grupo, e o líder dos cristãos morávios questionou a conversão de Wesley. Num diário Wesley admitiu que naquele período não tinha realmente confiança absoluta em Jesus. O seu ministério nos EUA, mais especificamente na Geórgia, será um fracasso. De volta a Inglaterra no dia 24/05/1738, John Wesley voltará a se encontrar com pietistas morávios, entrará numa reunião deles na rua de Aldersgate, e lá eles estavam lendo a introdução de Lutero a Epístola de Paulo aos Romanos, quando Wesley teve uma grande experiência espiritual que registrou da seguinte maneira:

“Senti meu coração se aquecer como nunca antes. Senti que confiava de fato em Cristo, e somente nele, para a minha salvação; e tive a certeza de que ele havia assumido meus pecados, sim, até os meus pecados, e me salvado da lei do pecado e da morte”.

Até hoje se discute se foi uma renovação espiritual ou uma conversão que Wesley experimentou, em razão do registro em seu diário sobre a conversa com os morávios no navio, parece que foi uma conversão, porém o assunto ainda é bastante polêmico.[10]

A partir de sua "experiência espiritual", Wesley irá se tornar um pregador itinerante pela Inglaterra. Ele não deixará a Igreja Anglicana, mas será proibido de pregar, em razão de sua pregação entusiasmada. Foram mais vinte mil sermões pregado, muitos kilômetros rodas a cavalo, e ele chegou até a pregar na lápide do pai. Como ele sempre dizia: "o mundo é minha paróquia", ao responde a liderança da Igreja da Inglaterra que não queria que ele pregasse pelas ruas, ficando apenas nos templos. A princípio estará lado a lado com Whitefield, só que seu amigo era um calvinista convicto, e Wesley um arminiano convicto, em razão da polêmica teológica acabaram por seguir caminhos diferentes. A Inglaterra experimentou um avivamento espiritual grandioso que chegou a ter influência também nos Estados Unidos. A influência social que este avivamento trouxe para a Inglaterra foi grandioso, muitas pessoas deixaram o alcoolismo tão comum naquela época, e há quem afirma que este avivamento evitou uma revolução sangrenta na Inglaterra.[11]

A teologia de John Wesley

Wesley tinha uma grande capacidade intelectual, porém nunca escreveu uma teologia sistemática, pois era avesso a este tipo de estudo. Em sua teologia é possível ver um turbilhão de influências: Hooker, Armínio, Zizendorf e até de puritanos como Baxter. Numa época onde a teologia calvinista era extremamente forte, Wesley desenvolveu uma teologia exclusivamente arminiana. Pode-se dizer que sua teologia estava bem próxima do pensamento pietista. Jonathan Edwards fez do glória de Deus o centro de sua teologia, já Wesley tinha como tema central o amor de Deus. Em razão de sua ênfase no amor de Deus, rejeitou totalmente o calvinismo, que considerava uma verdadeira blasfêmia, pois neste sistema teológico é impossível distinguir Deus do diabo, dizia Wesley.[12]

Em termos da autoridade teológica na Igreja, Wesley defendia a supremacia da Bíblia, porém criou um sistema que ficou conhecido como quadrilátero de Wesley. A Bíblia é a maior autoridade, porém também devem ser levadas em conta a razão, a tradição e a experiência. A ênfase na razão ele emprestou do grande teólogo anglicana Hooker, já a ênfase na experiência dos pietistas. Agora é importante destacar que estas autoridades (bíblia, tradição, razão, experiência) não estavam em pé de igualdades, a Bíblia era sempre o fato decisivo. Wesley também destacava que não basta a leitura da Bíblia, pois toda leitura da Bíblia envolve também uma interpretação, seja ela consciente ou inconsciente, e todo teólogo deve estar consciente disso.[13]

Outro ponto importante de sua teologia, e extremamente controvertido, foi a doutrina do perfeccionismo cristão. Com certeza Wesley, ao contrário de Lutero, enfatizou muito mais a regeneração e a santificação do que a justificação, esta característica ele herdou principalmente dos pietistas. Em relação ao batismo infantil, a exemplo dos puritanos, ele não fez nenhuma crítica, mantendo esta prática. Sobre a perfeição cristão ele escreveu um importante tratado em 1767, intitulado de "Explicação clara da perfeição cristã". Ele defendia que a perfeição tem haver com humildade, bondade, paciência, amor a Deus e domínio próprio. Ele enfatiza que "não defendo o termo impecável", porém em alguns momentos ele parece dizer que o cristão pode chegar a perfeição. Esta perfeição era conseguida num ato simples e instantâneo, que era precedido de um esforço progressivo de busca da santidade. De repente, num momento, a pessoa recebia esta espécie de "segunda bênção", Wesley não foi um pentecostal, porém a sua idéia de "santificação" foi um dos embriões da futura teologia pentecostal. Este momento de se atingir a "perfeição" ou da "santificação plena" geralmente se dá na hora da morte, mas Wesley admite que ela podia acontecer 10, 20, 30 ou até 40 anos antes da morte.[14]

Lutero havia destacada a idéia do "simul justus et peccator", que depois de salvo, somos justos e pecadores, e sempre lutaremos com este dilema dentro de nós. O ensino de Wesley parece ser mais otimista, e admitia com certeza para alguns cristãos uma perfeição. Há quem diga que Wesley estaria negando a justificação pela fé ao enfatizar a santificação, porém ele fazia questão de dizer que “Creio na justificação pela fé somente, tanto quanto creio que Deus existe”. Hagglund também destaca que “A justificação apenas pela fé era o ponto central relegado neste ensino a um segundo plano". Outro ponto importante de seu ensino foi sua ênfase no sacerdócio universal dos crentes, porém ele manteve uma eclesiologia episcopal. A "igrejas de santidade" americanas que serão seguidoras das idéias de Wesley rejeitarão esta eclesiologia mais aberta, onde havia liberdade total da congregação. É destas igreja que nasceu na virada do Século XIX para o XX o movimento pentecostal.[15]

Reflexão: O que é Teologia

Todo mundo faz teologia





Teologia é uma palavra usada nos seminários e nos livros. Mas teologia é coisa que todo mundo faz. Quando, por exemplo, uma pessoa próxima sofre algum infortúnio, e um crente aproxima-se numa atitude de conforto e diz: "Não se deixe abater: Deus sabe o que faz!", o que esse crente está fazendo é teologia. Quando Jó, diante de toda a desgraça que lhe caiu na cabeça, afirmou: "O Senhor deu, e o Senhor tirou" (Jó 1,21b), Jó fez teologia. Quando a mulher cananéia respondeu a Jesus, dizendo: "Sim, mas até os cachorrinhos comem das migalhas" (Mt 15,27b), também ela fez teologia





Teologia e Deus



O que é teologia? Será que é igual a biologia? Quer dizer, se biologia é o estudo da vida (bio = vida e logia = estudo), então teologia é o estudo de Deus (teo = Deus e logia = estudo)? Será?



Vamos pensar um pouco. A biologia estuda a vida dissecando organismos ou analisando pequenos pedaços de tecido orgânico no microscópio. O biólogo pega o ser vivo, leva-o para o laboratório, coloca-o sob determinadas condições e o examina. Assim aprende. Assim se faz biologia.



Será se dá para fazer isso com Deus? Colocá-lo numa mesa de laboratório e examiná-lo? Você consegue imaginar os teólogos sentados à mesa, com Deus ali esticado, um examinando o pé; outro, o olho; outro, o esôfago? Você acha que nos seminários estamos estudando Deus? E aqui, na classe, é Deus que estamos estudando?

fonte:Osvaldo Luiz

Vaticano Elogia novo Harry Potter

Para jornal da igreja católica filme tem 'equilíbrio correto'. Mérito estaria em esclarecer embate entre bem e o mal.

O Vaticano elogiou o último filme de Harry Potter nesta segunda-feira (13), afirmando que "O enigma do príncipe" torna claro o antigo embate do bem contra o mal.

O jornal "L'Osservatore Romano" deu duas estrelas para o filme, inclusive para a forma como ele retrata o amor entre adolescentes. Para o crítico, o sexto da série atinge o "equilíbrio correto" e torna os personagens mais críveis para o público em geral.

A publicação afirma que o filme, que estreia mundialmente nesta quarta-feira, é a melhor adaptação até agora da série de J.K. Rowling sobre um jovem bruxo e seus colegas na escola de magia de Hogwarts em luta contra o inimigo de Harry, Voldemort.

Mesmo criticando Rowling por omitir qualquer "referência à trascendêcia" explícita em seus livros, o "L'Osservatore" argumenta que o longa mais recente esclarece que o bem deve prevalecer sobre o mal "e que às vezes isso requer custos e sacrifícios".

Os elogios do Vaticano surgem após as duras críticas sobre a série feitas por um padre conservador austríaco, Gerhard Maria Wagner, que classificou os romances de Harry Potter como satanismo.

Fonte: G1

A \mocidade da Igreja da Fé do Brasil Adorando ao Senhor


Esta mocidade tem trabalhado em prol a obra de Deus, evangelizando através de cantigos, através de entrega de folhetos e também através do seu próprio testemunho de adoradores e tementes a Deus. Que Deus possa continuar derramando bençãos sobre cada jovem desta Igreja.

Banda Salem




Dia 31 deste mês a Banda Salem irá fazer o lançamento do seu segundo CD em Guará . Corra e compre o seu ingresso


sábado, 18 de julho de 2009

PASTORA FRANCISCA



Esta é a Pastora da Igreja da Fé do Brasil, mulher sábia e dedicada na obra, tem um ar de severidade mas o coração se comove de compaixão pelos necessitados, tenho o orgulho de ser filho desta MULHER."Mãe ti amo".

Eliezer (Banda Salem)


Este é outro músico expcional,guitarrista da Banda Salem e acima de tudo um Servo de Deus

ARTHUR NERY


Este é meu irmão em Cristo, é um exelente músico e compositor ,líder da Banda Herdeiro da Promessa, e acima de tudo é integrante da Banda Salem que já concluiu sua 2ª gravação do CD ;OS MEUS DIAS, Que Deus continue abençoando este Servo de Deus

Banda Salem







A Banda Salem também esteve presente nesta festividade louvendo ao Senhor na Igreja da Fé do Brasil

HERDEIROS DA PROMESSA




A banda Herdeiros da Promessa tambem louvaram ao Senhor em sua Igreja local.

orquestra Agnus


A orquestra Agnus apresentou hoje em sua congregação, Igreja da Fé do Brasil

sábado, 11 de julho de 2009

Roupagem de Cristianismo, mas mostram -se muito mais deístas.

A teologia liberal
Autor :CACP



... e suas implicações para a fé bíblica Do jeito que as coisas andam em nossos dias, precisamos urgentemente nos libertar da teologia liberal. É espantoso o crescente número de livros (inclusive publicados por editoras evangélicas) que esboçam os ensinamentos deste tipo de teologia ou tecem comentários favoráveis. Embora esta teologia tenha nascido com os protestantes, hoje, porém, seus maiores expoentes são os católicos romanos. Na católica encontramos grande quantidade de obras defendendo e/ou propagando a teologia liberal. E não é só isso. A forma com que alguns seminários e igrejas vêm se comprometendo com os ensinos desta teologia também é de impressionar. A libertação da teologia liberal não só é necessária como também é vital para a Igreja brasileira, ameaçada pelo secularismo e pelo liberalismo teológico corrosivo. Apesar das motivações iniciais dos modernistas, suas idéias, no entanto, representaram grave ameaça à ortodoxia, fato já comprovado pela história. O movimento gerou ensinamentos que dividiram quase todas as denominações históricas na primeira metade deste século. Ao menosprezar a importância da doutrina, o modernismo abriu a porta para o liberalismo teológico, o relativismo moral e a incredulidade descarada. Atualmente, a maioria dos evangélicos tende a compreender a palavra “modernismo” como uma negação completa da fé. Por isso, com facilidade esquecemos que o objetivo dos primeiros modernistas era apenas tornar a igreja mais “moderna”, mais unificada, mais relevante e mais aceitável em uma era caracterizada pela modernidade. Mas o que caracterizaria um teólogo liberal? O verbete sobre o “protestantismo liberal” do Novo Dicionário de Teologia, editado por Alan Richardson e John Bowden, nos traz uma boa noção do termo. Vejamos três destaques de elementos do liberalismo teológico: 1- É receptivo à ciência, às artes e estudos humanos contemporâneos. Procura a verdade onde quer que se encontre. Para o liberalismo não existe a descontinuidade entre a verdade humana e a verdade do cristianismo, a disjunção entre a razão e a revelação. A verdade deve ser encontrada na experiência guiada mais pela razão do que pela tradição e autoridade e mostra mais abertura ao ecumenismo; 2- Tem-se mostrado simpatia para com o uso dos cânones da historiografia para interpretar os textos sagrados. A Bíblia é considerada documento humano, cuja validade principal está em registrar a experiência de pessoas abertas para a presença de Deus. Sua tarefa contínua é interpretar a Bíblia, à luz de uma cosmovisão contemporânea e da melhor pesquisa histórica, e, ao mesmo tempo, interpretar a sociedade, à luz da narrativa evangélica; 3 - Os liberais ressaltam as implicações éticas do cristianismo. O cristianismo não é um dogma a ser crido, mas um modo de viver e conviver, um caminho de vida. Mostraram-se inclinados a ter uma visão otimista da mudança e acreditar que o mal é mais uma ignorância. Por ter vários atributos até divergentes, o liberal causa alergia para uns e para outros é motivo de certa satisfação, por ser considerado portador de uma mente aberta para o diálogo com posições contrárias. As grandes batalhas causadas pelo liberalismo foram travadas dentro das grandes denominações históricas. Muitos pastores que haviam saído dos EUA no intuito de se pós-graduarem nas grandes universidades teológicas da Europa, especificamente na Alemanha, em que a teologia liberal abraçava as teorias destrutivas da Alta Crítica produzida pelo racionalismo humanista, acabaram retornando para os EUA completamente descrentes nos fundamentos do cristianismo histórico. Os liberais, devido à tolerância inicial dos fiéis para com a sã doutrina, tiveram tempo de fermentar as grandes denominações e conseguiram tomar para si os grandes seminários, rádios e igrejas, de modo que não sobrou outra alternativa para grande parte dos fundamentalistas senão sair dessas denominações e se organizar em novas denominações. Daí surgiram os Batistas Regulares (que formaram a Associação Geral das Igrejas Batistas Regulares, em 1932), os Batistas Independentes, as Igrejas Bíblicas, as Igrejas Cristãs Evangélicas, a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (em 1936, que mudou seu nome para Igreja Presbiteriana Ortodoxa), a Igreja Presbiteriana Bíblica (em 1938), a Associação Batista Conservadora dos Estados Unidos (em 1947), as Igrejas Fundamentalistas Independentes dos Estados Unidos (em 1930) e muitas outras denominações que existem ainda hoje. Podemos dizer que algumas das características do cristianismo ortodoxo se baseiam nos seguintes pontos: • Manter fidelidade incondicional à Bíblia, que é inerrante, infalível e verbalmente inspirada; • Acreditar que o que a Bíblia diz é verdade (verdade absoluta, ou seja, verdade sempre, em todo lugar e momento); • Julgar todas as coisas pela Bíblia e ser julgado unicamente por ela; • Afirmar as verdades fundamentais da fé cristã histórica: a doutrina da Trindade, a encarnação, o nascimento virginal, o sacrifício expiatório, a ressurreição física, a ascensão ao céu, a segunda vinda do Senhor Jesus Cristo, o novo nascimento mediante a regeneração do Espírito Santo, a ressurreição dos santos para a vida eterna, a ressurreição dos ímpios para o juízo final e a morte eterna e a comunhão dos santos, que são o Corpo de Cristo. • Ser fiel à fé e procurar anunciá-la a toda criatura; • Denunciar e se separar de toda negativa eclesiástica dessa fé, de todo compromisso com o erro e de todo tipo de apostasia; • Batalhar firmemente pela fé que foi concedida aos santos. Contudo, o liberalismo, em sua apostasia, nega a validade de quase todos os fundamentos da fé, como, por exemplo, a inerrância das Escrituras, a divindade de Cristo, a necessidade da morte expiatória de Cristo, seu nascimento virginal e sua ressurreição. Chegam até mesmo a negar que existiu realmente o Jesus narrado nas Escrituras. A doutrina escatológica liberal se baseia no universalismo (todas as pessoas serão salvas um dia e Deus vai dar um jeito até na situação do diabo) e, conseqüentemente, para eles, não existe inferno e muito menos o conceito de pecado. O liberalismo é um sistema racionalista que só aceita o que pode ser “provado” cientificamente pelos próprios conhecimentos falíveis, fragmentados e limitados do homem. Os primeiros estudiosos que aplicaram o método histórico-crítico sem critérios ao estudo das Escrituras negavam que a Bíblia fosse, de fato, a Palavra de Deus inspirada. Segundo eles, a Bíblia continha apenas a Palavra de Deus. O liberalismo teológico tem procurado embutir no cristianismo uma roupagem moderna: pegam as últimas idéias seculares e, sorrateiramente, espalham no mundo cristão. J.G. Machem, em seu livro Cristianismo e liberalismo, trata deste assunto com maestria. Na contracapa, podemos ver uma pequena comparação entre o cristianismo e o liberalismo: “O liberalismo representa a fé na humanidade, ao passo que o cristianismo representa a fé em Deus. O primeiro não é sobrenatural, o último é absolutamente sobrenatural. Um é a religião da moralidade pessoal e social, o outro, contudo, é a religião do socorro divino. Enquanto um tropeça sobre a ‘rocha de escândalo’, o outro defende a singularidade de Jesus Cristo. Um é inimigo da doutrina, ao passo que o outro se gloria nas verdades imutáveis que repousam no próprio caráter e autoridade de Deus”. Muitos, por buscarem aceitação teológica acadêmica, têm-se comprometido fatalmente, pois, na prática, os liberais tentam remover do cristianismo todas as coisas que não podem ser autenticadas pela ciência. Sempre que a ciência contradiz a Bíblia, a ciência é preferida e a Bíblia, desacreditada. Hoje, a animosidade que demonstram para com a Bíblia tem caracterizado aqueles que crêem que ela é literalmente a Palavra de Deus e inerrante (sem erros em seus originais) como “fundamentalistas”.1 Ora, podemos por acaso negociar o inegociável? Os liberais acusam os evangélicos de transformar a Bíblia em um “papa de papel”, ou seja, em um ídolo. Com isso, culpam os evangélicos de bibliolatria.2 Estamos cientes de que tem havido alguns exageros por parte de alguns fundamentalistas evangélicos, mas a verdade é que os “eruditos” liberais têm-se mostrado tão exagerados quanto muitos do que eles denominam de fundamentalistas. Teoricamente falando, a maioria dos liberais acredita em Deus, supondo que Ele pode intervir na história da humanidade, porém, na prática, e com freqüência, mostram-se muito mais deístas.3 Normalmente, os liberais também favorecem o “relativismo”, ou seja, difundem que no campo da verdade não há absolutos. Segundo este raciocínio, se não há verdades absolutas, então, as verdades da Bíblia (que são absolutas) são relativas, logo, não podem ser a Palavra de Deus. Tendo rejeitado a Bíblia como a infalível Palavra de Deus e aceitado a idéia de que tudo está fluindo, o teólogo liberal afirma que não é segura qualquer idéia permanente a respeito de Deus e da verdade teológica. Levando o pensamento existencialista às últimas conseqüências, conclui-se que: se quisermos que a Bíblia tenha algum valor para a modernidade e fale ao homem moderno, temos de criar uma teologia para cada cultura, para cada contexto, onde nenhum ensino é absoluto, mas relativo, variando conforme o contexto sociocultural. Obviamente, tal pensamento possui fundamento em alguns pontos, mas daí ao radicalismo de pregar que nada é absoluto, isso já extrapola e fere diversos princípios bíblicos.